Neste ano de Copa do Mundo, um projeto social na Fercal, uma das regiões mais carentes de serviços do Distrito Federal, já tem feito a diferença na comunidade a 20 km de Brasília. “Moldando o futuro” surgiu a partir dos ideais de seis amigos: Rafael Cardoso, Kádimo dos Anjos, Ailton Rodrigues, Sarah Matos, Charles Augusto e Leonan dos Anjos, moradores da comunidade Rua do Mato, decidiram promover através do esporte, a interação entre crianças e jovens da cidade. Uma alternativa, segundo eles, para melhorar a saúde, aptidão física, disciplina e o conhecimento dos atletas.
A iniciativa também é uma ferramenta importante no combate à evasão escolar. Rafael Cardoso, um dos fundadores do projeto, estudante de educação física, conta que estar matriculado em uma instituição de ensino é um requisito essencial para participar das aulas. “Cobramos muito a frequência dentro das escolas, para aqueles que ainda estão em idade escolar, boa educação e um bom convívio com os pais”, disse.
Quando o projeto começou, eles não imaginavam que o programa crescesse tanto. No inicio, a ideia era atender somente crianças e jovens da comunidade onde os fundadores residem, mas a iniciativa se espalhou por outros bairros como Boa Vista, Curvas, Alto Bela Vista, Bananal e Engenho Velho. Hoje, aproximadamente, 68 crianças participam das aulas oferecidas no campinho da Rua do Mato. Para Rafael, o objetivo maior é tornar os jovens excelente jogares e, sobretudo, cidadãos conscientes. “Se Deus quiser, um dia vamos nos tornar uma grande equipe de competição”, afirmou.
Ainda segundo ele, um dos grandes desafios para se tornar um jogar de sucesso é a falta de investimentos. “Existem vários jogadores que não conseguem um empresário ou um bom patrocínio por aqui. Aqui em Brasília, o futebol não é uma prioridade, já que quase tudo gira em torno da política”, disse.
Atualmente, o projeto conta com seis voluntários, cada um responsável por uma área: treinadores (Rafael, Ailton e Kádimo), preparador de goleiros (Leonan), marketing (Sarah Matos) e no administrativo (Charles). A expectativa é que o número de colaboradores aumente. “Em breve, pretendemos contar com mais três professores, para que possamos dividir às turmas por categorias e, assim, fique mais acessível para as crianças”, disse.
O projeto renova às esperanças das crianças, dando a elas novas perspectivas. O grupo conseguiu, em pouco mais de dois meses de trabalho, o essencial: a confiança da comunidade. “É muito bacana ver que os pais das estão confiando no projeto, deixando seus filhos saírem de casa para treinar conosco”. Os treinos são realizados quatro vezes por semana: segunda, quarta e sexta, às 18h. E aos sábados: às 8h45.
Por Flávio Lacerda
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira