Ao ser anunciado pelo diretor executivo John Carpenter em seu Facebook, no início de 2017, que o clássico Halloween (1978) ganharia mais um remake, os fãs da macabra história de Michael Meyers (James Jude Courtney) ficaram animados mas sem saber o que esperar quanto ao resultado, devido as suas diversas refilmagens e continuações que foram feitas após o sucesso do primeiro filme Halloween (1978). O novo longa estreia neste final de semana.
A obra conseguiu fazer algo atual, muito bem construído, com ótimas atuações, trazendo de volta toda a aterrorizante história de um dos psicopatas mais conhecidos do cinema.
O enredo
A história se passa 40 anos depois dos incidentes do primeiro filme. Uma equipe de documentaristas britânicos de crimes, Aaron Korey (Jerfferson Hall) e Dana Haines (Rhian Rees ) viajam para os Estados Unidos com o objetivo de conversar com Michael Meyers, com o objetivo de tentar entender melhor a sua mente, e os eventos ocorridos naquele halloween. Sem sucesso, pois Michael Meyers não fala com ninguém. O casal decidi procurar Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) para ouvir melhor seu lado da história, e tentar ver um lado mais humano no psicopata.
O trabalho deles é abruptamente interrompido, quando Meyers, consegue fugir da custódia, assassinando os documentaristas na estrada, conseguindo recuperar sua marca registrada: a máscara. Michael tem apenas um objetivo, que é buscar vingança a Laurie, mas para isso, foi necessário fazer algumas vítimas em seu caminho. Com o passar do tempo, Laurie já vinha se armando e preparando para a inevitável chegada desse dia, chegando até mesmo romper relações com sua família e filha Karen (Judy Greer) e a neta Allyson (Andi Matichak).
O roteiro se assemelha muito ao original, motivo tal esse talvez pelo medo de o novo filme ser mais uma daquelas sequencias totalmente forçadas e non-sense, após a realização do primeiro filme. Apesar de não fugir de sua fórmula, o filme entrega um resultado muito satisfatório aos entusiastas do longa de 1978.
É possível perceber semelhanças além da história como cortes acompanhando o caminhar de Michael até a vítima, a presença do silêncio na maior parte do filme, junto com a clássica trilha sonora do original, e até mesmo uma grande semelhança dos letreiros iniciais e finais do filme e sua disposição em tela.
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Corpos despedaçados
Sobre o terror em si de Halloween, é possível perceber que a obra mantém as características clássicas de filme de slashers e de serial killers, trazendo muito bem a mistura de suspense e horror. Vemos muito sangue, mortes brutais, gargantas cortadas, corpos despedaçados (destaque para a morte do amigo de Allyson na parte de trás de sua cara com um maravilhoso jogo de luz e susto) e sustos quando menos esperamos. É aí que o filme brilha.
Brilha também na atuação da mágica e já esperada de Jamie Lee Curtis. Ela, que interpreta Laurie, luta contra seus próprios demônios, 40 anos depois, esperando ansiosamente pelo retorno de seu Michael.
Ainda muito afetada, a personagem funciona quase como uma caricatura super protegida e paranoica na obra. Sempre muito preocupada, anda armada e tensa com tudo que acontece ao redor, mostrando ao final do filme, que todo seu preparo junto com sua filha, foi o suficiente. Ou não.
Laurie mostra um dos poucos pontos em que o filme Halloween não explora, a maturidade da personagem na história. Deixando ela de lado, não se percebe muita coisa nova no remake de Halloween, o enredo é basicamente o mesmo, ainda é um prato cheio de referências ao filme original, porém ele peca muito em inovar, se destacando mais pelos ataques de Michael a suas vítimas.
Assim como o de 1978, o final nos deixa com um ponto de interrogação, o que aconteceu mesmo, ele voltará? Cena essa do final, que se passa na casa de Laurie muito bem trabalhada e construída pelo diretor, se esquivando um pouco do original, com um silêncio ainda mais presente e uma pitada maior de suspense.
O filme em si é muito fiel ao seu objetivo, fazer uma releitura atual do clássico do cinema, sem que pareça repetitivo, conseguindo ser muito autêntico em suas pequenas mudanças, que infelizmente não foram muitas, porém nada que apague o brilho do melhor remake já feito da franquia Halloween.
Por Luca Valério
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira