
A greve dos caminhoneiros e o tabelamento do frete foram fatores que influenciaram na queda do desempenho do setor agropecuário em 2018. De acordo com o balanço anual divulgado pela Confederação Nacional da Indústria e Agropecuária (CNA), as consequências da paralisação foram a alta no preço dos alimentos para o consumidor, o aumento do valor dos fertilizantes e a estagnação da produção no setor.
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Segundo o estudo, antes dos acontecimentos de maio a deflação era de 3,8% e no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o número era 2,86%. Os dados ficam abaixo da meta central da inflação de 4,5% estipulada pelo Banco Central. Depois da paralisação dos motoristas, o IPCA do mês teve um aumento de 1,26%, e no período de um ano, até junho, a inflação saltou para 4,39%.
Mesmo com a queda de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) na agropecuária, o setor foi destaque nas exportações. A alta foi de 4,6% ante o mesmo período de 2017. O número responde por 42% das vendas externas do país, totalizando uma receita de US$ 93,3 bilhões de janeiro a novembro de 2018.
Na geração de empregos, a agropecuária representou o quarto setor que mais ofertou empregos no país. O saldo positivo foi de 74,5 mil postos de trabalho, o que corresponde a 10% do total de postos de trabalho do país. A superintendente de relações internacionais da CNA, Ligia Dutra, afirmou que esse número é ótimo para o setor, mas que o Brasil tem capacidade de atingir um patamar melhor. “Isso não é nem um terço do que o setor de agropecuária do nosso país é capaz de fazer, queremos aumentar esse número em 2019”, afirmou.
As áreas preservadas na agropecuária sustentável correspondem a 66,3%, segundo a CNA. O Brasil é o país que mais tem áreas terrestres protegidas, com 30,2%. De acordo com o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, os posicionamentos do governo não devem comprometer a sustentabilidade no campo. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, recuou sobre os temas da pasta e chegou a cogitar unir agricultura e meio ambiente. “Não há medo porque não vai ter afrouxamento da lei. A CNA quer uma gestão ambiental sem ideologia e burocracias”, afirmou Lucchi.
Por Marília Sena
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira