Criado em 2017, o Bravus é uma equipe LGBTQ+ de futebol formada por sete jogadores, que promove a integração queer – termo guarda-chuva utilizado para denominar qualquer pessoa que se identifique como LGBTQ+ – no cenário esportivo do DF, contribuindo para a visibilidade e a socialização entre pessoas queer. Conforme foi crescendo, o time começou a participar de campeonatos pelo Brasil, como a Champions Ligay, campeonato que reúne times LGBTQ+ de todo Brasil.
De acordo com Josiel Martins, um dos primeiros integrantes do time, o grupo surgiu “na base da amizade”. Ele conta que foi convidando amigos e divulgando a equipe por Instagram que o time começou a surgir e ganhar membros. Mesmo participando de campeonatos, a equipe não surgiu com o intuito de seguir o caminho competitivo. “O nosso objetivo é possibilitar socialização e lazer à comunidade”, conta.
Nos últimos dois anos, o Bravus participou de três Champions Ligay, se preparando para participar mais uma vez em novembro. Além disso, ganhou a primeira copa gay do nordeste no início de 2019.
Segundo Josiel “no início, tiveram problemas para estruturar e criar identidade do time, porém atualmente a equipe já está em uma situação estável”. Outro ponto levantado é a falta de patrocinador para o time, o que faz com que os integrantes arquem com os custos ou tenham que arranjar outra forma de custear o time.
A equipe se tornou mais do que um grupo de pessoas que jogam futebol. Para alguns jogadores, a equipe tornou uma espécie de família, onde são aceitos da forma que são. Como os jogadores Flávio Borges e Jonatha Guilbert, que antes do Bravus participavam de times héteros, e ambos afirmam que são experiências totalmente diferentes. Por serem queer em um meio heteronormativo, eles viviam em meio de piadas feitas por de seus colegas de grupo, Jonatha até afirma que “tinha que conviver com as piadas para fazer parte do time”.
O time é um meio de se socializarem com outras pessoas LGBTQ+ e praticarem o esporte em um lugar em que eles se sentem bem-vindos. Para Jonatha, o time é uma maneira de “combater paradigmas e preconceitos”, já para os outros integrantes do time afirmam que é um meio aberto a acolher todos que desejam participar, mesmo aqueles que não jogam.
Texto e imagens por: Pedro Nery
Sob supervisão de Vivaldo Reinalto