Diante da crise da pandemia e do isolamento social, jornalistas ligados a empresas tradicionais ou independentes buscam mais alternativas para produzir conteúdo com qualidade e com a utilização dos recursos disponíveis em suas residências. A utilização do celular como ferramenta para narrativas audiovisuais é um caminho indispensável, conforme salienta a professora Katrine Boaventura, pesquisadora do tema.
Ela indica que, para melhor a qualidade dos produtos, o uso adaptado de técnicas do que é chamado em inglês de Mobile Journalism (jornalismo móvel), o MoJo , ganha novo sentido e espaço no mercado (confira mais dicas e técnicas em manual indicado pela professora). A professora entende que mesmo não sendo uma prática nova, não havia uma grande adesão dentro das redações dos jornais mais tradicionais. ‘’Pode utilizar o que tem em casa para produzir, não precisa de um celular de última geração’’, aponta professora de comunicação.
As técnicas para melhor uso do jornalismo móvel se caracterizam como um conjunto de ações para produzir informação de maneira ágil, com a utilização de um recurso simples, como um aparelho telefônico, um captador de som e um meio estabilizante. “Desta forma, o jornalista se torna mais independente, ganha mais mobilidade, pois não necessita de uma equipe grande ou de equipamentos caros e pesados”.
A professora Katrine Tokarski Boaventura cita que há vantagens como a diminuição de custos dessas ferramentas, já que o telefone é mais barato do que câmeras robustas de estúdio.
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Outros benefícios seriam a portabilidade, já que se trata de algo prático e leve de se carregar e a descrição do objeto dentro de possíveis cenário, como em uma manifestação, onde a possibilidade de registrar um furo ou um acontecimento mais diferenciado, são mais possíveis para um MoJo. Os materiais são também discretos e mais comuns
Um outro ponto forte, segundo a professora, é a sua usabilidade, já que se trata de um objeto do convívio da grande maioria, e que já se tem uma intimidade com as suas configurações, podendo ser usado tanto como o mais novo jornalista até mesmo pelo mais experiente.
Arte: Gabriella Tomaz
Katrine Boaventura considera que, antes de iniciar na atividade, é necessário ser cuidadoso com o enquadramento, cenário e acústica do ambiente escolhido. Verificar a estabilidade do equipamento também é fundamental.
“A utilização do seu smartphone vai muito além de apenas trocas de mensagens e lazer. O equipamento pode ser aliado na hora do trabalho, ou até mesmo uma oportunidade de um novo ofício”, aponta a pesquisadora.
Confira apresentação da professora Katrine Boaventura
Por Gabriella Tomaz e Paloma Cristina
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira