Desde que a Organização Mundial da Saúde reconheceu, em março de 2020, que passávamos por uma pandemia, um dos espaços que se tornaram de maior risco foi o cinema, o que afastou inclusive os cinéfilos. O amor à Sétima Arte ficou restrito à televisão de casa. ’Eu era do tipo de pessoa que ia pelo menos uma vez na semana. Sempre dava um jeito de ir porque é uma experiência que amo.’’, diz a jornalista Bruna Maury. ‘’Acho que o cinema sempre foi minha forma de interagir com o mundo lá fora’’, afirma Dávini Ribeiro.
Para ela, a experiência de ir ao cinema sempre foi como uma válvula de escape. Era um momento para se desligar das coisas, e se conectar mais aos amigos, mesmo que o filme a ser visto tratasse de algo sério. “E hoje em dia como estou lidando? Eu fico vendo tudo em casa, na minha TVzinha pequena, e comentando a distância com os amigos.’’, acrescenta.
Opções
De fato, as produções que passavam na telona conseguiam aproximar as pessoas de países diferentes, de forma que pudéssemos entender e conhecer os valores culturais de outra região; coisa que o Cine Brasília e os festivais do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – exploravam bastante.
Por outro lado, a quantidade de produções cresceu bastante, e com isso, a maneira como os filmes são produzidos também. Bruna fala que o cinema já estava sendo alterado pelas plataformas de streaming, que deram uma diminuída no número de pessoas que iam ao cinema.
Isso corresponde a um dado de 2020, fornecido por uma matéria no G1, que reporta um aumento de 5,63% no preço do ingresso do cinema; inclusive, o estado com o preço mais caro é o próprio Distrito Federal, com uma média de R$17,33 por sessão.
Na visão de Vinícius Brandão, do Canal Aquela Velha Onda, os estúdios Warner Bros. tornaram-se agente de integração entre cinema e streaming, pois agora as produções já estão indo direto para o streaming, seja Netflix, HBO Max, ou Amazon Prime Video.
Vinícius Brandão especializou-se na Faculdade de Belas Artes, em São Paulo, como cinegrafista e editor. Ele tem um website mais um canal no YouTube chamado Aquela velha onda, onde faz críticas de filmes, séries, games, livros e histórias de quadrinhos. As críticas são feitas de maneira informal, mas com conhecimento muito profundo sobre o assunto.
“É muito mais prazeroso você rir de uma comédia ouvindo a risada de outras pessoas, do que rir sozinho em casa”, diz Vinícius Brandão.
Mas apesar disso tudo, os filmes ainda se fazem bastante presentes em suas vidas. Bruna e Dávini comentam que estão conferindo bastante as plataformas de streaming mencionadas anteriormente, e que até o Cine Drive-In ainda é uma opção. ‘’Eu acho que a gente deveria aproveitar essas outras opções que temos, além das plataformas de streaming. O Drive-In é uma opção bem legal para quem está em casa, precisando distrair um pouco, sair da realidade (…) vale muito a pena!’’, diz Bruna.
Por Felipe Tusco
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira