A destruição rotineira da Amazônia e a falta de informações convincentes sobre a real situação das florestas no Norte da América do Sul têm povoado discussões ao redor do mundo. Na Sétima Arte, não é de agora que os realizadores buscam canais de comunicação com públicos não-iniciados.
Leia também sobre a estreia do novo 007
Para lidar com as crianças, não é tema simples. Ainbo – A Guerreira da Amazônia (EUA, 2021, com distribuição da Paris Filmes), de José Zelada e Richard Claus, que estreia neste final de semana, é mais uma tentativa de tratar com esse público e buscar uma conscientização desde cedo.
Espíritos
Como nos filmes de animação Rio, e Rio 2, ou nos longas com a personagem Tainá, em que a temática de desrespeito à natureza está no centro das aventuras, desta vez, o longa atira contra culpados evidentes e outros nem tão didaticamente apresentados.
Na história, a adolescente Ainbo vive na selva da Amazônia, na aldeia de Candamo. Entre as cenas iniciais, peixes são encontrados mortos na superfície do rio. Outros momentos mostram árvores no chão. Eis que o filme apresenta aliados e o transcendental passa a ocupar espaço. Os coadjuvantes guias espirituais, o tatu “Dillo” e a anta “Vaca”, passam a acompanhar a protagonista em uma busca da garota para ajudar as lideranças do povoado e encontrar os culpados.
Vilões
Momento de vilania didática se dá depois da metade do longa em que as máquinas do homem branco passam a invadir a terra e colocar a floresta no chão. A culpa viria então de um demônio da Amazônia, Yacaruna, que estaria ocupando os homens dessa força negativa.
Os efeitos sonoros da floresta também chamam a atenção no longa de 1 hora e 24 minutos. As crianças devem esperar que Ainbo derrote as forças do mal com ajuda dos espíritos protetores e dos amigos de carne e osso. Essas alianças rendem momentos divertidos que podem diminuir o impacto da complexidade em que a história adentra.
Por Luiz Claudio Ferreira*
* Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z