Estudiosa sobre corrupção no mundo, a professora e doutora pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, Susan Rose-Ackerman defendeu, em palestra para estudantes do UniCEUB, em Brasília, o engajamento da sociedade e a maior visibilidade do combate às práticas de corrupção no Brasil. “Universitários precisam contribuir para que as situações que condenamos se alterem”.

Ela explicou que, apesar do Brasil ter uma posição de destaque com relação ao nível de corrupção, as situações que envolvem esse tipo de crime não estão isoladas no cenário global. Pelo contrário, outros países em processo de desenvolvimento econômico chegam a ter condições piores. “Muitos outros países tem problemas piores do que o Brasil, porém é notável que o Brasil tem um problema e que é preciso lidar com isso”.
Susan Ackerman acredita que o maior rigor da legislação penal rígida não significa um maior combate a esse tipo de crime, já que torna-se fundamental a aplicabilidade da regulamentação. “As vezes o foco é demasiado na legislação criminal e não na mudança e fortalecimento das instituições. A legislação criminal é importante, mas não é o suficiente e é preciso outras reformas importantes”.
Assista à entrevista da professora na TV UniCEUB
Para a pesquisadora, nos países em desenvolvimento, às vezes o foco é voltado ao fortalecimento do código penal, o que é importante, porém não é só. “É necessário fortalecer as instituições. A legislação criminal é importante, mas não é o suficiente. É preciso outras reformas importantes”, esclarece.
Segundo Susan Rose-Ackerman é importante elevar o debate nas universidades e levar o tema da corrupção aos estudantes. “Fazer eles pensarem sobre o assunto e dizer que eles precisam contribuir é imprescindíve, para fortalecer o combate à corrupção”, explica.
Por Lucas Valença