Brasília recebe até o dia 5 de novembro a exposição “Rodin: O Despertar Modernista”, com 14 esculturas e 36 fotos do gênio francês (1840 – 1917). A mostra, que tem curadoria de Marcus de Lontra Costa, está em cartaz Espaço Cultural Marcantônio Vilaça, no Tribunal de Contas da União (TCU).

As visitas são guiadas. Monitores explicam aos visitantes a importância da obra do artista, o que garante o valor do programa educativo nas exposições de arte (o que inclui dinâmicas de grupo). “A exposição visa uma aproximação do público principalmente os grupos que vêm das escolas de ensino regular com os objetos de cultura e movimentos artísticos”, afirmou o mediador Wandré Silva.
A estudante de ensino médio Katheleen Cristine (foto ao lado), 16 anos, considerou interessante a mostra porque antes de ver as exposições aprenderam na escola um pouco sobre os artistas. “A escola costuma nos levar em exposições, já fomos no Da Vinci, na Frida e agora aqui”. A obra que mais chamou a atenção foi “O Pensador”. “Faz a gente querer pensar e refletir”. Ela explica que os amigos, ao observarem as esculturas, se questionam quais seriam as inspirações do artista para fazê-las.
Arte visceral
A professora de história da arte Déia Francischetti explica que a paixão por Camille Claudel deve ser estudada para analisar a obra
de Rodin. “Ele viveu vários romances na vida dele, e um desses foi com a escultora Camille Claudel, que tinha a veia para trabalhar toda essa visceralidade”. A pesquisadora ressalta, inclusive, que muitas pessoas questionam se algumas obras eram realmente de Auguste Rodin, e não de Camille. “A obra do Rodin é emocional, ela trouxe essa expressividade, essa passionalidade”.
Na exposição, a monitora Amanda Cintra é a encarregada de contar para os alunos sobre as paixões de Rodin. Ela explica que a mediação dos monitores cria um elo entre a obra de arte e o expectador. “Esse trabalho, que tem acontecido cada vez mais, tem essa função de fortalecer e dilatar a experiência com a obra de arte”.
Auguste Rodin, segundo a professora Deia Francischetti, trouxe para a sua obra uma nova forma de representar o corpo e o mundo. “Ele pega a contorção extrema, como é possível observar, por exemplo, na mão da escultura “O Pensador”. Pode-se perceber que o acabamento da escultura dele não traz o músculo em evidência. Parece que vai se derretendo”.
Por Karina Berardo e Sofia Corrêa