Sylvia Hatchell, 64, treinadora do time feminino de basquete da Universidade da Carolina do Norte Chapel Hill, foi diagnosticada com leucemia em 2013. Da descoberta surpreendente à volta às quadras, treinadora, em palestra realizada em Brasília, contou histórias de superação e trouxe conselhos para quem esteve na Conferência Internacional de Esporte e Saúde (Confines), evento realizado no UniCEUB. A vitória mais importante da treinadora ficou registrada em livro e até em um espaço na calçada da fama.
Segundo a treinadora, um dia precisou contar para os jogadores sobre a doença. “Eu estava de mascara, não podia abraçar eles, não podia chegar perto deles porque meu sistema imune estava muito baixo. Mas eu tinha que contar para o meu time que eu tinha leucemia e que eu iria perder varias temporadas de jogos”. Com espirito de time, cada um da equipe suportou muito a treinadora, fizeram uma corrente e seguraram até o final do tratamento em maio de 2014.
Ao começar o treinamento contra o câncer, logo destacou que não era uma paciente como os demais. “O médico entrou na sala e eu já deixei claro, eu faço exercícios todos os dias.” Todo os dias Hatchell saia da cama para fazer exercícios. “Não teve uma vez em que me exercitei que me senti mal.”

A treinadora durante a palestra nesta manhã enumerou três diferentes etapas que ajudaram a superar a leucemia. a mentalidade (“Tudo que você faz na vida é sobre mentalidade e atitude, os tratamentos foram muito brutais”), exercícios físicos (“Eu não teria sobrevivido. Mas tinham dias que eu sentia que um caminhão passou por cima de mim. apoio de amigos e familiares (“meu tratamento durou sete meses e meio, durante esse tempo eu nunca estive sozinha). A partir de então, tudo começou a mudar. De acordo com a treinadora, quando o cabelo começou a cair ela não tinha controle sobre a queda, mas podia controlar a maneira que iria encarar a mudança de visual. Não podia controlar que tinha sido diagnosticada com leucemia, mas podia controlar a maneira que iria enfrentar. “Então eu me decidi me divertir, e foi isso que eu fiz”, conta Hatchell.
Muitas noites eu ia dormir pensando “eu só espero que eu acorde no dia seguinte.”
Em seu 42o ano como treinadora, Hetchell quis passar aos jovens presentes pontos específicos importantes ao que estão prestes a começar uma carreira profissional. Segundo Hatchell, primeiramente, quando se fala de trabalho, o profissional deve ter um espirito de unidade e unicidade. Entre os vários conselhos da treinadora, os essenciais contam como, Ter atitude e mentalidade. Senso de lealdade. Disciplina. Comprometimento. Bom relacionamento com as pessoas com quem você trabalha. Aceitar desafios. Acreditar em você e ter paixão no que faz. Sylvia Hatchell chama a atenção de como as pessoas devem aproveitar as oportunidades que é colocada a sua frente. “Neste momento, vocês são jovens, vocês tem uma oportunidade de ter educação. Hoje estar presente aqui, é uma oportunidade.”
Confira abaixo as perguntas e respostas feitas por alunos durante a palestra.
Como foi aceitação do basquete feminino e como foi o começo do seu treinamento, e se você sofreu preconceito por ser mulher e treinadora?
Quando eu comecei a ser treinadora, não tinham muitas oportunidades. As pessoas que mais me ajudaram foram os homens. Alguém uma vez me disse “este é um mundo dos homens, mas você pode conseguir o que você quiser.” As mulheres precisam lutar, você tem que lutar por essas oportunidades. Você tem que usar os seus recursos. Tiveram várias vezes que eu fui a única mulher em uma quadra de basquete. Você só precisar aproveitar as oportunidades.
Como você disse, você ganhou vários títulos, queria saber como você trata a questão de indiscipline dos atletas?
Eu sou uma disciplinadora, você nunca vai ser bom se não tiver disciplina, é sobre o que é melhor para o time. Se eu estou tendo um problema com um jogador eu vou tira-lo do treino. Vou eliminar ele do treinamento. O treino é uma oportunidade, se eles não tiverem a certa atitude, não vão ser parte do treino.
Como você se mantêm motivada?
Isso não é muito difícil de fazer Ficar dentro de quadra, trabalhar com pessoas mais novas. Eu me sinto jovem. Não penso em me aposentar tão cedo. Todo dia, eu não vejo a hora de estar com os jogadores, e fazer parte da vida deles.