28,6 mil negros e pardos ajudaram na construção de Brasília

COMPARTILHE ESSA MATÉRIA

foto-10-trabalhadores-de-pavimentacao-de-vias-marco-de-1958-fonte-fundo-novacap-arpdf

 

Em maio de 1959, pouco menos de um ano antes da inauguração de Brasília, a população da região, que era constituída principalmente de trabalhadores braçais, era de 65 mil pessoas. De acordo com o censo experimental daquele ano, realizado pelo IBGE, 55% da população se identificava como branca, 35% como pardas e apenas 9% como negras. Apesar da percentagem diminuta, os cidadãos negros correspondiam a 5.850 pessoas. 5.850 pedreiros, pintores, arquitetos, engenheiros, auxiliares de topografia.
Esta última função era a que João Moreno dos Santos exercia, quando chegou a Brasília em 1958. Acompanhado da mulher e dos filhos, João veio de Serra Talhada, em Pernambuco, em busca de uma vida melhor na “Cidade Livre”. Apesar do tom de esperança, o sofrimento da família começou antes mesmo de chegar ao destino, como conta o filho de João, Wanderley dos Santos, de 46 anos. “Minha mãe conta muito isso, que durante a viagem ela teve que enterrar um dos filhos porque morreu na viagem. Mas morreu de fome mesmo”, relata. As dificuldades não cessaram ao chegar na capital: o preconceito racial foi o próximo obstáculo a ser enfrentado pelo pioneiro João. “Aí você me pergunta se eles eram identificados como negros ou não. Existe essa cultura, há um tempo atrás, que tinha-se na identidade e na certidão de nascimento a sua cor é parda. Então perguntavam ‘você é negro?’, ‘não, sou pardo’. Era identificado como pardo”.
Assista abaixo o vídeo com o depoimento do Wanderley dos Santos e da historiadora Cristiane Portela.

Confira aqui a matéria completa.

Por Nabil Sami, Bruna Maury, Beatriz Castilho e Isabella Cavalcante.

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

A Agência de Notícias é um projeto de extensão do curso de Jornalismo com atuação diária de estudantes no desenvolvimento de textos, fotografias, áudio e vídeos com a supervisão de professores dos cursos de comunicação

plugins premium WordPress