Afogamentos no DF: falta de equipe de fiscalização e aumento da sujeira em rios dificultam socorro

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Mulher e filha morreram afogadas no Rio São Bartolomeu, que tem 200 km de extensão e é o maior do Distrito Federal. Foto: Creative Commons

No início de dezembro uma mulher e a filha morreram afogadas no Rio São Bartolomeu que fica em São Sebastião. A fatalidade reacendeu o debate sobre acidentes que causam afogamentos nesta época do ano de mais calor e chuvas no Distrito Federal. A dificuldade de fiscalização da malha hidrográfica é apontada como um problema ainda sem solução.

O sargento Joelson Silva, do Corpo de Bombeiros do 17º. Grupamento em São Sebastião, trabalha há mais de 10 anos na corporação e diz que em dezembro aumentam os casos de afogamento. Ele afirma que o calor é um atrativo para os banhos, mas que as chuvas da época deixam os rios ainda mais perigosos. “Nessa época é muito comum acontecerem as trombas d’água. Além disso, a ocupação das áreas sem controle aumenta a sujeira dos rios o que dificulta nos casos de afogamento”, esclarece o militar.

O local onde ocorreu o acidente e as mortes da mulher e da filha fica em um local conhecido como Capão Comprido. De acordo com o bombeiro, é uma área irregular. “São chácaras que ficam à margem do Rio São Bartolomeu e os moradores utilizam o rio para lazer e plantio sem qualquer controle ou fiscalização da Administração de São Sebastião”.

Limitação

O chefe de gabinete da região administrativa, Alex Ley Gonçalves, confirmou que o local é uma das invasões da região. Ele explica que a atuação da administração fica limitada diante disso. “O GDF proíbe a nossa atuação para proporcionar benefícios para os locais onde estão as invasões, fruto da ação de grileiros”, lamenta.

Ele acrescenta que é difícil fiscalizar todos os rios, córregos ou riachos da região porque são muitos e porque não funcionários para isso. “A equipe está reduzida, de 2015 para cá ficamos com menos da metade do pessoal”, critica.

Orientações

Fazer campanhas nas escolas e na televisão é fundamental”. É o que afirma o sargento Sávio Souza que há 22 anos é bombeiro no Distrito Federal, e acrescenta que os pais também devem orientar as crianças e adolescentes para sempre terem algo como cordas ou boias para alguma situação de risco, mesmo que todos saibam nadar. “Não é possível confiar nos rios porque a água pode ser traiçoeira”, adverte.

O militar alerta que no momento do desespero diante de um afogamento é muito arriscado se jogar na água porque a chance de quem vai socorrer pode ser levado também pela correnteza. “O ideal é jogar alguma coisa para a pessoa que está afogando se agarrar”, reforça. Ele adverte ainda que quem faz uso de bebida alcoólica também não deve se arriscar.

Casos

O governo aponta que as cidades com maior ocorrência de mortes em decorrência de acidentes em rios, lagos ou piscina neste ano foram Ceilândia (4), Brasília (4) e Brazlândia (3). Em São Sebastião, até novembro, foi registrado apenas um caso, contra três no ano passado. O acidente ocorrido em dezembro, quando uma mãe e uma das filhas afogaram no Rio São Bartolomeu ainda não foi considerado na estatística.

Por Karina Berardo

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