Artista de MPB explora de ritmos nordestinos a rock alternativo

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Filho de nordestino de São José do Egito (PE), o cantor e compositor Túlio Borges, artista de MPB de Brasília, afirma que as influências de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro são marcantes na carreira dele. Quando iniciou a carreira na música em 1990, na escola de música em Brasília, o artista se viu sob influência dos grandes nomes da época como Caetano Veloso e Chico Buarque, porém isso não o segurou. Em 1996, Túlio foi para os Estados Unidos aprofundar seus estudos em música e entrar em contato com o jazz. Hoje, o músico investe no rock alternativo mesclado com batidas eletrônicas e ritmos brasileiros dentro do projeto “O Maior Belisco do Alicate”.

“Além de ser filho de nordestino, sempre escutei Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro”

Túlio explica que todo o artista dos anos 80 estava sujeito às influências de compositores como Tom Jobim, Gal Costa e Maria Bethânia. Mesmo com o irmão mais velho Renzo Borges seguindo os passos dos “roqueiros” , Túlio escolheu o “caminho que restou” e trilhou os passos do MPB aliado a grande influência nordestina do percussionista maranhense Papete. “Desde os 15 anos eu escutava Tom Jobim, Papete, Gal Costa. O Papete trouxe muito do universo nordestino para mim”, afirma.

Confira interpretação de “Bailarina”, música composta em parceria com Jessier Quirino:

Nas músicas, histórias que marcam um caminho eclético.  Na música “Pontos”, por exemplo, compilações de cinco cantos de macumba apoiam os versos. Segundo o artista, esses cantos são frutos da memória da infância. Os cantos são de domínio público e, na opinião do músico, são “melódicas” e traduzem bem a música brasileira.

O cenário musical de Brasília

Para Túlio, a forma de consumo do público mudou muito, sendo o consumidor pouco engajado em escutar novas músicas, o que prejudica o artista independente. “A música que é consumida acaba sendo empurrada para o consumidor”, explica. O artista também critica a Lei do Silêncio e indica que muitos espaços para músicos se fecharam. “A lei alimenta um pensamento que todo mundo que ouve uma música a noite é associado com o barulho. Essa lei é um retrocesso e muito estúpida”, criticou. Ele ainda conta que mora perto de um comércio e que isso atrapalha o seu sono, porém acredita que por vivermos em sociedade, todos os setores de comércio devem dialogar para funcionar bem, inclusive o entretenimento noturno.

Por Bruno Santa Rita

Foto: Monique Cavalcante / Divulgação

Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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