Eles vivem no mundo da lua… de Marte, Júpiter, Plutão e por aí afora. Estudantes de todo o Brasil participam, nesta sexta-feira (19), da 20ª edição da Olimpíada de Astronomia e Astronáutica (OBA) que acontece em todo Brasil. De acordo com o coordenador nacional da competição intelectual, o astrônomo e professor João Batista Canalle, na área educacional, o cenário de estudo das Ciências espaciais é de franco progresso. A previsão é de que pelo menos 800 mil alunos participem (o recorde foi de 870 mil em 2009). Entre os similares eventos de congregação e disputa teórico, só tem menos candidatos do que a Olimpíada de Matemática.
“Acho que na área educacional estamos fazendo vários progressos e desenvolvendo trabalhos no sentido de tornar as atividades espaciais como algo mais presente, mais perto de alunos de ensino fundamental, médio e de graduação.”
A disputa surgiu pela iniciativa de um professor, Daniel Fonseca Lavouras, formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que na ocasião dava aula de física e organizou por conta própria a Olimpíada de Astronomia e selecionou cinco alunos para ir à olimpíada internacional de astronomia, na Rússia. “A Olimpíada começou com poucos alunos e sem muitos recursos, mas foi crescendo com o tempo”, relembra Canalle.
Níveis da prova
Nível um: alunos do primeiro, segundo e terceiro ano do ensino fundamental, em geral estão com seis, sete e oito anos e que estão sendo alfabetizados, uma prova pequena com perguntas de uma linha ou duas no máximo. Com a possibilidade de serem acompanhados pelos professores que podem ler a perguntas. As respostas simples e acessíveis geralmente são de uma palavra ou múltipla escolha podendo haver também desenhos.
Nível dois: são alunos do quarto, quinto e sexto ano, teoricamente já alfabetizados. Perguntas de duas a três linhas, fonte grande e espaçosa o aluno responde com uma palavra, julga como CERTO e ERRADO, faz palavras cruzadas, um nível bem simples e pertinente para a faixa etária.
Nível três: alunos do sexto ao nono ano, que dominam as quatro operações básicas, com conhecimentos mais aprofundados em astronomia, já deveriam saber explicar fases da lua, eclipses, estações do ano, marés, saber um pouco sobre a corrida espacial, características do espaço, características dos planetas, conteúdos que estão em livros didáticos e programas curriculares nacionais, então as provas são bem tranquilas neste nível.
Nível quatro: alunos de Ensino Médio que respondem a sete perguntas de astronomia e seis de astronáutica, espera-se que o aluno já saiba um pouco sobre as noções de gravitação universal, leis de Kepler e os demais conteúdos típicos do ensino médio.
Com o intuito de motivar os alunos, são distribuídas medalhas de acordo com a colocação dos participantes. O aluno é motivado pela medalha, ele sente que é capaz mesmo com as dificuldades, o participante percebe que se esforçando tem sucesso, diz Canalle.
“Num universo de 800 mil alunos, se ele ganha a medalha em um ano ele acredita que no próximo ele vai conseguir de novo, de um nível até mais alto então ele continua estudando e quem estuda está sempre ganhando.”
Os alunos do Ensino Médio que obtiverem notas maior ou igual a 7 são convidados para participar de um processo de seleção que formará equipes para ir às olimpíadas internacionais, ao final desse processo cinco alunos vão para a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica que esse ano vai ocorrer na Tailândia, em outubro; e outros cinco alunos vão representar o Brasil na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica que vai acontecer no Chile.
Mais informações:
20ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) / 11ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG):
Site: www.oba.org.br
Contato: oba.secretaria@gmail.com
Por Giovanna Pereira
Fotos: Divulgação
Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira