A revolução digital trouxe impacto e abriu novas portas para o mundo da informação e para o fotojornalismo no século 21. Essa é a opinião do professor de comunicação Alan Marques, que trabalhou por mais de 20 anos como repórter-fotográfico em veículos comerciais brasileiros. Para o pesquisador, a velocidade da tecnologia digital abriu muitas portas para a distribuição do conteúdo produzido, porém surgem dificuldades como tempo curto de reflexo para a execução das fotos.
“A fotografia digital permitiu que a imagem se tornasse algo maior”, explica.

O professor entende que o fotojornalismo é a ação de transmitir informações por meio de um conteúdo fotográfico. Sendo assim, é esperado que a imagem contenha informações que possam contar uma história, uma notícia, o que é garantido pelo fotojornalista que assina a foto. “O fotógrafo é testemunha ocular do fato e responsável por garantir a veracidade do mesmo”, afirma.
A respeito da democratização da tecnologia, segundo Alan Marques, o fotógrafo passa a ter mais facilidade para ser produtor de conteúdo, sendo assim mais pessoas podem estar habilitadas a produzirem fotos com informação. Sobre essa discussão, a professora Carolina Assunção, pesquisadora de narrativas transmidiáticas, explica que existem “novos produtores” de conteúdo que, com a facilidade das mídias sociais, podem distribuir suas produções mais facilmente. “Agora temos novas formas de contar histórias”, afirma.
Quem é o novo fotojornalista de hoje?
Os especialistas concordam que todos que possuem uma câmera e são testemunhas oculares do acontecimento retratado podem atuar como um fotojornalista, porém há novas implicações trazidas por essa facilidade de produção. Por exemplo, uma foto informacional que se torna viral e se transforma em “meme” pode sofrer descontextualização e ainda assim atingir um grande número de pessoas.
“A foto ganhou vida própria”, explica Alan.
Nesse caso, Alan explica que o que diferencia um produtor comum de um profissional fotojornalista é a experiência que o especialista tem para produzir uma foto com qualidade que atingirá ou não o propósito de informar.
Por Bruno Santa Rita
Foto: Tereza Sá/UniCEUB/Divulgação