Teatros do DF: Goldoni, um palco italiano no coração do Brasil

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Donos do Teatro Goldoni dizem que crise atrapalha funcionamento do espaço

 

G51. Esse foi o primeiro teatro criado pela cenógrafa e figurinista carioca Maria Carmem de Souza, em Brasília. O nome vem do endereço da casa dela na capital: bloco G, casa 51. Apaixonada pela profissão, trabalhou na TV Globo e TV Educativa (TVE) até se mudar com o namorado, o ator Marbo Giannaccini. Formada pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve a oportunidade de participar do projeto de revitalização de 33 teatros históricos na Itália. A partir dessa experiência nasceu o G51 como um teatro de Arena com 70 lugares, na casa da W3, na Asa Sul.

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O espaço não era viável financeiramente. Assim, em 1991, o casal fundou o Núcleo de Arte e Cultura (NAC) e criou o Teatro Goldoni, na Casa D´Itália  que foi inaugurado com uma apresentação do músico Turíbio Santos. Respirando arte, Maria Carmem e Marbo juntaram as experiências e transformaram o novo teatro em um lugar de apresentações, ensaios e aprendizado.

Vários formatos

Divulgação

Localizado na Casa D’Italia, na entrequadra Sul 208/209, a sala Goldoni, no primeiro andar do prédio, tem 110 lugares, mas o complexo conta ainda com mais dois espaços, a sala Adolfo Celi no térreo que comporta 60 espectadores e o espaço audiovisual, também no primeiro andar, onde podem ser feitas gravações e são realizados alguns dos diversos cursos promovidos por Maria Carmem.

Nas duas salas, o palco é o italiano que permite vários formatos. Com uma proposta mais intimista o púbico fica perto dos atores, o que permite uma maior interação. Para Fernando Carvalho, do Grupo Liquidificador, o espaço é muito interessante. “É possível usar como quiser em diferentes formatos. Já fizemos o palco até em forma de corredor entre a plateia”.

Ele, que é ator e responsável pelo curso Teatro Elétrico, destaca que o trabalho de corpo dos atores é intenso num espaço como esse, uma vez que pode não haver frente ou fundos dependendo da disposição das cadeiras. “ Os equipamentos são ótimos, principalmente os da iluminação. Só acho o teto um pouco baixo, mas isso é do prédio”, completa.

O palco

Foto: Divulgação

 

Existem vários tipos de palco, mas no caso do Goldoni, a possibilidade de organizar o espaço, conforme o tipo de espetáculo, é um dos pontos fortes, como destacam os que lá se apresentaram. Para a atriz e diretora Luciana Martuchelli, da Tao Produções Culturais, “esse é um espaço para profissionais e novos atores que oferece excelência e propicia a experimentação”.

Ensaio de espetáculo. Foto: Divulgação

Muitos dos chamados espaços múltiplos são inspirados na Idade Média, mas representam também o moderno teatro que conjuga várias características. Muitos são galpões ou mesmo áreas abertas, com cadeiras em praticáveis móveis que permitem várias configurações como as salas do Goldoni.

A infraestrutura



Apesar do pequeno espaço que resta, o teatro tem coxia, sala de costura com o acervo de figurinos identificados e agrupados por espetáculo, almoxarifado com diversos tipos de equipamentos e peças de reposição, além de uma estreita sala com a mesa de operações que tem visão para o palco.

A crise


Para Maria Carmem, a arte é processo. O trabalho contínuo dos profissionais do setor não pode parar. Entretanto, com a crise econômica pela qual passa o país e também o Distrito Federal, as bilheterias não têm sido suficientes para pagar as despesas fixas nem as de cada espetáculo. Luciana Martuchelli reforça que “a arte tem que ser independente, mas há uma cultura de que teatro não é algo para ser vendido”.

Ambas destacam de que “em Brasília a cultura ferve” e que os preços praticados não custeiam a manutenção dos espaços. Tanto Maria Carmem como Luciana já usaram verba própria para conseguir levar ao público o trabalho. Elas não esperam apoio de governo para melhorias do lugar porque até mesmo os teatros públicos estão fechados, “com obras lentas e caras”.

Existem incentivos para os teatros independentes. Um desses incentivos vem por meio do programa “Pauta Livre” do governo e é voltado para artistas, produtores e coletivos que terão recursos gratuitos de incentivo e valorização e fomento da cultura. A seleção para o benefício é orientada por meio de edital. Esse programa, em Brasília, atende a 17 espaços independentes.

Com poucos recursos, as produtoras concordam que é muito difícil que um espetáculo faça uma temporada muito longa na cidade e que os espaços tenham uma programação constante. O Goldoni, com muito trabalho, segundo Maria Carmem, tem uma média de 20 a 27 espetáculos por ano. Ela também tem parcerias com universidades e organizações, o que permite desenvolver mais projetos. Outro ponto é a divulgação. “O público de Brasília é faminto por teatro, mas reclama de não ter informação”, lamentou Luciana Martuchelli.


 

Inspiração brasiliense nasceu em Veneza
Carlo Goldoni foi um dramaturgo italiano, nascido em 1707 em Veneza. Considerado um dos maiores autores europeus de teatro é um dos escritores italianos mais conhecidos ora de seu país. Começou a estudar filosofia, mas resolveu seguir uma companhia de comediantes. Contrariado, seu pai o mandou para o colégio Ghislieri em Pavia onde fez um curso de jurisprudência. Mas a paixão pelo teatro era mais forte e depois de uma peça sobre as moças do lugar acabou expulso. Goldoni morreu em Paris em fevereiro de 1793.

 

Terça Crônica

Programa Cênicos, sob o comando de Sérgio Maggio, registra a estreia do projeto Terça Crônica, no teatro Goldoni da casa D’Italia em Brasília, em 04 de agosto de 2008. Projeto que reúne leitura dramática de crônicas e interpretação de músicas sob direção, produção e interpretação de Jones de Abreu.


Um Jantar com Hitchcock – teaser

Este vídeo é um teaser de divulgação da peça teatral Um Jantar para Hitchcock que estará em cartaz nos dias 22, 23, 29 e 30 de novembro no Teatro Goldoni (208 Sul) em Brasília, com direção de Alexandre Ribondi e produção da Desvio Produções Culturais.

 

Causos de Terreiro no Teatro!

https://www.youtube.com/watch?v=a4waQD9h0FE

 

Imagens do Sagrado
Inspirado em textos do Livro da Criação, que fundamentam a Kabala, datados do primeiro milênio, o espetáculo evoca também imagens bíblicas cristãs numa fusão arquetípica da eterna busca do sagrado através dos tempos e de culturas distintas.

https://www.youtube.com/watch?v=o6na9wi4rw8&list=PLycyQE1FhyHTWTxfgv1Qdx5Pdrc_HUJJW&index=2
Peça “Trinta gatos e um cão envenenado” 

 

Barcaça dos Beltranos – O Casamento do Pequeno Burguês (2014)
Trecho do Espetáculo “O Casamento do Pequeno Burguês” de Bertolt Brecht, em cartaz entre 03 e 26 de Outubro de 2014, no Teatro Goldoni, Casa D’Italia, Brasília – DF. Com a Barcaça dos Beltranos, CIA de Teatro. Direção: Daniel dos Santos.

https://www.youtube.com/watch?v=9cEylyxXm8g

 

Barcaça dos Beltranos – O Santo e a Porca (2015)
Trailer do Espetáculo teatral “Santo Antônio e a porca de madeira” inspirada em “O Santo e a Porca” de Ariano Suassuna. Com a Barcaça dos Beltranos, CIA de Teatro. Direção: Daniel dos Santos
Realizado entre 02/10 e 01/11 de 2015, no Teatro Goldoni – Casa D’Italia.

https://www.youtube.com/watch?v=YbfJojiv1SE

 

Sete a Um Contra Tebas – Oficina do Grupo Liquidificador – 2/2016

 

Sarau da Tao

Sala de estar cênica au vin, um pátio de contatos com música, teatro, dança, poesia, plásticas e vinho, para refletir o ofício de artista com amigos, amores, atores, artistas, aliados, cantores, músicos, bailarinos, escritores, poetas, artistas plásticos, cineastas e simpatizantes.

 

AMINTHAS ANGEL – Pré lançamento do CD Aminthas Angel
Comecinho do Show no Teatro Goldoni – Casa d’ Italia – Brasilia.

https://www.youtube.com/watch?v=jQ91rfRQjTE

Por Zilta Marinho

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