Linha de chegada: os passos do corredor Feliz

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Março de 2008. Mês especial que Valdenir Antônio Feliz não vai esquecer. O casamento abriu portas para outro amor: a corrida. Ele sabia que a vida ia mudar. De solteiro a casado, da vida boêmia à atividade. Essa é a tônica de sua vida a nove anos. Do hobbie aos eventos, dos primeiros passos às ultramaratonas. Da cerveja à vida saudável. Essas foram as mudanças da vida do advogado, primeiro colocado na Wings For Life Brasil.

CONFIRA ESPECIAL LINHA DE CHEGADA

“Eu passei a ter uma atividade física como hobbie e como um forma de evitar ficar bebendo cerveja”, Valdenir Feliz

“Em razão de ter casado, eu queria mudar de vida. Deixei a vida boêmia e passei a ser um cidadão casado. Passei a ter uma atividade física como hobbie e como um forma de evitar ficar bebendo cerveja”, disse. A facilidade da corrida fez com que, cada vez mais, ele optasse por essa atividade física. “Na corrida você coloca o tênis, sua roupa e, independente de onde você estiver você tem opções de realizar aquilo que você planejou, você pode correr aonde for, pode ser sozinho ou pode ser em grupo”, disse. Ele compara a corrida ao tênis. Nesse esporte, segundo ele, as dificuldades são maiores pela necessidade de raquete, bolas específicas, quadra apropriada e a necessidade de um parceiro. Apesar disso, ele não considera que a corrida deixe a pessoa individualista. “A integração com um grupo de corredores é muito boa, muito saudável”.

O esporte mantém corpo e mente trabalhando. Para ele, esse segundo ponto é o mais importante. “Eu faço muita prova longa e treinos longos. É uma oportunidade de tirar o estresse do dia a dia, você corre e libera todas as energias negativas e volta para casa reabastecido para enfrentar mais um dia de serviço”, pontuou.

Empolgado com o início, ele começou fazendo provas curtas, com um treinamento mais leve. Nos primeiros dois anos, as corridas também eram mais curtas. Após todos esses anos de corrida, o que não falta em seu currículo são provas de longas distâncias, como maratonas e ultramaratonas. “Até o presente momento, eu fiz 10 provas longas. Eu já fiz Brasília-Goiânia em equipe, a volta do lago, estou indo para o sexto ano fazendo a volta em Florianópolis, que são 140 km”, falou. “Eu destaco as provas de longa distância, que tem um grau de exigência, tanto no treinamento, quanto no próprio dia da prova. Exige uma maior concentração, um maior preparo”, contou.

Rotina do corredor

Vencedor da Wings for Life neste ano, corrida da Red Bull, ele se sagrou campeão na categoria +50. Com 51 anos, ele alcançou a marca a de 40 km. “Eu entendo que a minha participação foi excelente. Eu acho que poderia ter sido melhor. Na realidade, ela foi como elemento de treino. Você não entra dando o seu máximo”, lembrou. Segundo ele, o apoio necessário não veio. Ele sentiu o forte calor e até a cãibra o fez parar. “No km 38, eu senti dores nas pernas, que é normal quando você vai para um exercício desse sem os equipamentos necessários, como um energético para repor energia”, comentou. O planejamento o levou para Wings for Life. Segundo ele, a corrida serviu de treino para uma maratona de Porto Alegre. “Na segunda feira, são os treinos de 10km. Terça são 16km e na quinta, tiros de 1km. No sábado, são treinos de rodagem, começando com 16, depois 18, 20, até 38 km e na Wings foi o último treino longo que foram 40 km”, explicou.

A corrida depois dos 50

O amadurecimento faz com que o corredor aperfeiçoe as técnicas e o treinamento. Para Feliz, a experiência o tornou mais gabaritado para correr. “Muitas vezes, no início, você acaba fazendo treinos além da necessidade. A evolução do treinamento é mais na questão da qualidade em detrimento da quantidade”, explicou. A experiência vai além das pistas. “Você sabe o que é necessário usar em termo de reposição energética, tipo de calçado, tipo de vestimenta, tudo isso só com o tempo para você poder realmente adquirir esse conhecimento e pode colocar em pratica.”

“É muito importante atividade física para poder fazer as pessoas, acima de 50 anos, terem uma qualidade de vida e exercitar, principalmente, a mente”, Feliz.

Além da questão das taxas negativas, como o colesterol, ele destaca o fator mental, ajuda na hora de disputar uma prova. “Exige um trabalho de esforço da mente, principalmente quando eu vou fazer treinamentos que são em trilhas, você tem que estar com o raciocínio muito aguçado para não correr o risco de cair e se machucar”, completou.

 

Por Gabriel Lima

*Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira

Fotos: Arquivo pessoal

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