Empresas ainda não respeitam lei de cotas, diz presidente da APAE-DF; Romário critica “preconceito”

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Nem mesmo a lei tem garantido espaço para pessoas com deficiência ocuparem vagas no mercado de trabalho. A presidenta da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae-DF), Diva da Silva Marinho, reclama da falta de cumprimento do artigo 93 da Lei 8213/91. “Empresas com mais de 100 funcionários têm que ter um percentual de pessoas com deficiências. Muitas empresas não cumprem. Aí elas pagam multa. A gente entende que uma empresa tenha uma preocupação porque não conhecem o nosso trabalho”. Ela explica que existem diferentes limitações e que nem todas atrapalham os empregados.  A  entidade é uma organização que busca auxiliar pessoas com deficiências intelectual e múltiplas. Fundada há mais de 60 anos, a organização luta para que o número de deficientes cresça, cada vez mais, no mercado de trabalho.

 “As pessoas que têm as partes cognitiva e física preservadas são os primeiros a serem empregados. Nós temos trabalhadores com deficiência visual que, com as tecnologias disponíveis,  eles podem trabalhar perfeitamente. Nós temos pessoas com deficiência auditiva que também têm a cognição preservada. Eles só não escutam e, por isso, usam libras. Temos os deficientes intelectuais, que têm o cognitivo comprometido e vários níveis dessas deficiências”.

A organização mantém parceria com entidades públicas para ajudar a empregar pessoas com deficiência. “É oferecida uma oficina para eles aprenderem sobre higienização e recuperação de bens culturais. Hoje nós temos cerca de 60 jovens qualificados e trabalhando no STF, STJ, Câmara dos Deputados, Senado, entre outros. É um trabalho apoiado por um instrutor, que auxilia as pessoas empregadas”.

“São instituições como a nossa que fazem com que os filhos da gente tenham uma visibilidade maior, tenham menos preconceito. São essas instituições que fazem esse trabalho de inclusão com esses meninos que merecem respeito e credibilidade”, diz a presidente da Apae.

Congresso

O senador Romário é um dos parlamentares que tem levantado a “bandeira da acessibilidade”. Ele, que tem uma filha com síndrome de down, Ivy Farias, de 12 anos, emprega duas pessoas com deficiência no gabinete dele. “Eu posso falar que essas pessoas trabalham muito bem. Eu tenho duas que me ajudam, uma com autismo no Rio de Janeiro e outra com síndrome de down aqui em Brasília. Quando são preparadas para fazer o que tem que fazer, elas fazem muito bem”

“Eu posso dizer que elas trabalham muito melhor do que pessoas que não têm nenhuma deficiência”,  afirma  Romário.

Segundo o senador, se depender de seu gabinete, a luta vai ser constante. “Eu sei exatamente o que significa. Nesses 12 anos com minha filha, eu tive a oportunidade de abrir um pouco mais o mundo para essas pessoas que têm deficiências e que vêm participando mais da nossa sociedade com trabalhos, principalmente. Ainda existe uma luta muito grande”.

Artur e Rosimeire frequentam a APAE/DF juntamente com outras 508 pessoas

Projeto

Romário vai ser a estrela de um jogo beneficente organizado junto à APAE marcado para o próximo dia 30 de novembro (feriado em Brasília). Assim como o ex-atacante, diversos outros ex-craques vão participar da festa. Marcelinho Carioca, Alex e Lúcio são alguns dos jogadores que estarão em campo, juntamente com os hoje políticos Popó e Tiririca, além de outros convidados.  O jogo, que terá como entrada 1 kg de alimento não-perecível, buscará arrecadação e divulgação do trabalho da organização. A ideia é chamar a atenção para a situação das pessoas com deficiência. “A nossa expectativa de alimentos é muito grande. Como é final de ano, a gente vai dividir o alimentos arrecadado entre outras instituições dentro do DF”, disse a presidente da Apae, Diva Marinho. O que for arrecadado em dinheiro vai ser usado dentro da empresa. “O que a gente arrecadar será usado para pagar o 13° salário dos nossos funcionários, que são pessoas extremamente especiais por atender aos nossos filhos e os 510 jovens no DF. O trabalho deles é exclusivo para esses meninos”, lembrou.

No jogo preliminar, os torcedores vão poder acompanhar uma partida entre os alunos da ONG e os professores de educação física, além de música e arte inclusive, promovida pelos voluntários e parceiros da organização.  Segundo Romário, a expectativa é grande. “Como a gente espera que os retornos sejam de 100%, antecipadamente a gente já pode dizer que ano que vem a gente já vai fazer outro”, promete.

Jovens agradecem o apoio da iniciativa encabeçada por Romário

Serviço

APAE É 11 – Futebol em Favor das Pessoas com Deficiência

Data: 30 de Novembro de 2017 (quinta-feira / feriado do dia do Evangélico)

Horário: a partir das 15h (abertura dos portões às 14h)

Local: Estádio do Bezerrão – Gama/DF

Entrada: 1kg de alimento não

perecível

Classificação: Livre

 

 

 

 

 

Por Gabriel Lima (texto e fotos)

*Sob supervisão de Luiz Cláudio Ferreira

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