
O sucesso da patinadora artística Isadora Williams, nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, surpreendeu o país e trouxe à tona detalhes de um esporte pouco difundido no Brasil. Nenhum atleta brasileiro chegou tão longe em jogos. Ainda assim, Brasília é uns dos pólos do esporte no país com aproximadamente mil atletas, ao lado de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Rio Grande do sul.
O técnico de patinação artística do Iate Clube Brasília, Eduardo Gravina, disse que o esporte começou a crescer há 8 anos no Centro-Oeste com variações de idade de 2 até 65 anos. Atualmente 100 pessoas estão na lista de espera para ingressar nas aulas de patinação no local. “Durante o período em que há disputas na patinação, a procura por aulas cresce bastante”, comenta o professor. A divulgação do esporte no Brasil é fraca, nos campeonatos brasileiros e pan-americanos de patinação artística a internet é o único meio de comunicação acessível para acompanhar o esporte ao vivo.
A atleta brasiliense Dhara Gomes aponta que há diferenças sutis entre a patinação no gelo e a patinação com rodas. “A patinação no gelo é mais fácil de aprender devido o pouco atrito. Pelo contrário dos patins com rodas, que o atrito direto no chão gera mais dificuldade para quem está aprendendo, inclusive para manobras” afirma.
Os curiosos que começam as aulas aprendem desde cedo técnicas de quedas para prevenir lesões e trazer segurança durante a tentativa de manobras. Mesmo com aulas de quedas ministradas, lesões assim como em qualquer outro esporte são difíceis de não ocorrer, geralmente em ligamentos e menisco do joelho. Lesões no tornozelo, nas costas e encurtamento do tendão do tornozelo também são recorrentes. A própria atleta afirma que ao longo de sua carreira na patinação acumula fraturas. “Escoliose, lordose, desvio na coluna, desidratação em duas cartilagens nas costas inflamação no quadril”.
Para um esporte em que os patins são o equipamento essencial, os custos podem assustar aqueles que querem ingressar no profissional. ” Tenho 4 pares de patins cada um com o valor de R$ 4.500,00”. Além desses gastos Dhara afirma que ainda precisa comprar roupas com adereços e pedras preciosas que chegam ao valor de R$2 mil cada modelo por categoria, sendo que ela compete em 8 categorias diferentes somando no valor aproximado de R$ 16 mil.
Em Brasília, clubes como Iate Clube de Brasília, AABB, Colégio São Carlos, Colégio Dom Bosco, Clube Nipo, Colégio Conjesu e Ascade estão na lista de opções para treinamento. Algumas escolas fornecem um patins de iniciação, mas ao decorrer do avanço do aluno na patinação necessitam ser atualizados.
Por Efraim Freitas e Mariana Fraga
Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira