Brasília recebe Liga Master de Peteca em março; maior campeão tem 75 anos de idade

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Brasília receberá, nos dias 10 (sábado, às 12h) e 11 (9h),  no Iate Clube, localizado no Setor de Clubes Esportivos Norte, a 69ª edição da Liga Master de Peteca. A competição ocorre quatro vezes ao ano, variando entre Minas Gerais (Uberaba e Uberlândia), Goiás (Goiânia e Morrinhos) e Distrito Federal. A Liga é composta por 60 atletas em duas faixas de idade: Master 1, de 46 a 58 anos e Master 2, a partir de 59 anos. Na Capital Federal, apesar de grande destaque nos campeonatos, o esporte não tem incentivo. A Secretaria de Esportes ainda não se pronunciou a respeito.

Regras

Há, nas competições, diferentes categorias e classes, variantes de acordo com os níveis de habilidade e idade dos atletas: D, C, B, A e Master 1, 2, 3 e Profissional (do iniciante ao avançado). A idade mínima para começar a competir é de 12 anos, tanto no feminino quanto no masculino.

Petequeiros

Jefferson (à esquerda) e Henrique (à direita) no pódio – Foto: Arquivo Pessoal

Para Carlos Henrique Simões, o esporte é muito bom, pois ajuda a manter o condicionamento físico em dia, já que o jogo exige grande movimentação dentro de quadra. Conheceu o esporte na capital Belo Horizonte em 2009, por meio de um amigo. “No início era só brincadeira e eu nem era tão bom. Mas fui me interessando e treinando cada vez mais durante as semanas e evoluí”, relata.

Tanto treinamento resultou em duas grandes conquistas na trajetória como petequeiro: na categoria A, ele e sua dupla, Jefferson Balcasse de Souza, ganharam o primeiro lugar no campeonato brasiliense realizado no Iate Clube em abril de 2016. No mesmo ano, ficaram em terceiro lugar na categoria Master. As classificações nas competições habilitam os jogadores a participarem do Ranking dos Petequeiros, que reúne atletas de outras partes do país.

50 anos de peteca

O petequeiro José Ferreira dos Santos, conhecido como “Ferreirinha”, de 75 anos, é o principal campeão nacional do esporte e vive em Brasília. O atleta, que há 50 anos pratica peteca, compila 23 campeonatos conquistados. Para ele, o título mais marcante foi o disputado no Iate Clube em 1993 pelo fato de ter sido o primeiro título conquistado ao lado da torcida do DF, que ainda não vira títulos em seu território.

“Ferreirinha” parou de competir ao conquistar seu último título em 2016, na 28ª edição do campeonato brasileiro. Agora só pratica o esporte pelo lazer da atividade e o prazer de se reunir com os amigos atletas. “É um ambiente agradabilíssimo”.

Dificuldades

Para Ferreira, a peteca tem perdido visibilidade e, portanto, os praticantes do esporte, não só no DF, mas também a nível nacional. “Não tem mídia, e se não tem mídia, há pouco patrocínio. E se não há patrocínio suficiente, fica difícil competir. Sai tudo muito caro”, comenta.

Apesar das várias possibilidades de prática dentro do esporte, o presidente da Federação Brasiliense de Peteca, Francisco Soares, em concordância com “Ferreirinha”, afirma que o esporte sofre com a falta de renovação nas equipes e atletas. “Nossas crianças e adolescentes não têm muita oportunidade e espaço para vivenciar a modalidade, apesar de ser extremamente recreativa e agradável a sua prática”, comenta.

Segundo ele, a falta de incentivo também é um dos impedimentos para que o esporte cresça no DF. “Há algum tempo, contávamos com as verbas da Secretaria de Esportes do DF para divulgação e fomentação da modalidade. Hoje, apenas os clubes federados contribuem para, ao menos, participarmos do Campeonato Brasileiro”, lamenta.

Ferreirinha (à direita) mora em Brasília e coleciona títulos em última conquista – Foto: Arquivo Pessoal

História

No país que abrange uma grande gama de brincadeiras infantis, passadas de geração para geração, engana-se quem acha que a peteca é apenas mais uma delas. Desde antes da chegada dos portugueses, era tida como um objeto de recreação pelos indígenas no Brasil. A peteca ganhou grande visibilidade na V edição das Olimpíadas na Bélgica. O fato dos brasileiros a utilizarem para aquecimento antes das competições incitou os outros participantes a descobrir que modalidade estariam jogando. A partir daí, viu-se a necessidade da criação e oficialização da peteca. Tornou-se, então, um esporte praticado principalmente em Minas Gerais, com as primeiras regras estabelecidas no estado em 1973. No entanto, somente em agosto de 1985 sua regulamentação foi oficializada pelo Conselho Nacional de Desportos.

Atualmente, no Brasil, a peteca é um esporte sério e conta com federações do desporto distribuídas em quase 45% dos estados e Distrito Federal brasileiros. No DF, a prática e treinos ocorrem nos clubes Vizinhança, Iate Clube, Cota Mil, Minas Brasília Tênis Clube e Country Club.

Por Vítor Mendonça

Supervisão por Luiz Cláudio Ferreira

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