O jornalista Luiz Roberto Magalhães, autor do livro Nasce um Gigante, em que conta a história da construção do Estádio Mané Garrincha, afirma que o estádio, com capacidade para 72 mil pessoas, e que custou mais de R$ 1,5 bi aos cofres públicos, não será considerado um elefante branco, mesmo com um campeonato local considerado fraco, e terá utilidade para os moradores de Brasília. “Peguemos como exemplo o estádio de Wembley, maior estádio da Inglaterra, o berço do futebol. Lá, ocorrem, no máximo, dez jogos de futebol por ano. No restante do tempo, o estádio recebe grandes eventos. Aqui em Brasília já tivemos o jogo entre Santos e Flamengo, que teve a maior renda da história do futebol brasileiro e já temos shows da Beyoncé e da banda Aerosmith agendados. Com certeza, o estádio não ficará parado”, aponta.
Para ele, o tamanho do estádio, mesmo em uma cidade cujos times de futebol não estão sequer nas duas principais divisões do futebol nacional, fez sentido do ponto de vista da capital federal receber grandes jogos durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. “Desde o início, o projeto do novo Mané Garrincha dava condições de Brasília receber a abertura da Copa do Mundo, o que seria impossível com um estádio menor, de 40 mil pessoas, por exemplo. Outro fator importante é que com um estádio pequeno, é provável que a seleção brasileira sequer passasse por Brasília. Com um estádio pra 72 mil pessoas, Brasília vai receber sete jogos na Copa do Mundo, o que traria bons resultados do ponto de vista do turismo na cidade”, indica.
Sobre o fato de não ter incluído o valor do estádio, alvo de diversas críticas e até mesmo manifestações, em Nasce um Gigante, o jornalista afirma que isso ocorreu devido à ausência de um número exato sobre os gastos com o novo Mané Garrincha. “Ainda não é possível ter um número exato dos gastos do estádio. Agora, depois que o jogo entre Brasil e Japão já aconteceu, uma obra de paisagismo será feita no entorno do estádio, o que vai gerar ainda mais gastos. Dizem que o valor gira na casa de R$ 1,2 bilhão, mas também afirmam que passou disso. Não posso colocar um número no livro para posteriormente o Tribunal de Contas do Distrito Federal afirmar que o valor foi outro e o livro ficar com uma imprecisão. Por isso optei por não colocar valores”, conta.
Para o jornalista, uma história dos operários em especial chamou a atenção. “Um dos funcionários era presidiário, havia sido preso por tráfico de drogas. Ele descobriu que o estádio teria um programa de vagas para presidiários e se inscreveu. O empenho dele foi tanto que a pena dele foi progredindo, a ponto de ele ter terminado a obra do estádio já com promessas de indicações para outros trabalhos.”
Por Giuliana Yolle – Agência de Notícias UniCEUB