Jovens brasilienses vão longe pelo sonho de jogar futebol

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No cenário do futebol brasileiro, atletas enfrentam dificuldades na transição de futebolista amador para jogador profissional. Para garotos que moram em Brasília e sonham em se tornar um craque, esses obstáculos são ainda maiores. Entre alguns dos motivos, está a carência de clubes na capital capazes de oferecer uma base, além do suporte para que os atletas se preocupem apenas em estudar e jogar futebol.

Por causa da complexidade, a maioria dos atletas acaba desistindo precocemente do sonho, buscando se profissionalizar em outros estados ou até mesmo em países fora do Brasil. Um exemplo de quem já sofreu com a falta de oportunidade foi Lucas Matos de Lima, 19 anos, que sempre foi reconhecido no cenário regional, mas a maior conquista acabou sendo longe de Brasília.

O jogador recebeu uma proposta para atuar pelo Ceará, mas negou a oferta por não se sentir seguro em largar a vida no Distrito Federal. Hoje, Lucas Matos deixa claro que se arrepende. “Estou aqui sem ter ido atrás do meu maior sonho”, revela.

O que aconteceu com o atleta é apenas mais um exemplo de atletas brasilienses que saem da capital em busca de conquistar o maior objetivo: jogar e ser reconhecido profissionalmente no meio. A maioria dos atletas de renome nascidos em Brasília se profissionalizam por clubes de outras regiões. É o caso dos jogadores Henrique Almeida, que surgiu pelo São Paulo; Felipe Anderson, pelo Santos, e o maior exemplo de todos que é Ricardo Izecson dos Santos Leite, mais conhecido como Kaká. O ex-jogador iniciou a trajetória pelo São Paulo, conquistando em 2002 o título de campeão mundial pelo Brasil e em 2007 faturou o título de melhor jogador do mundo.

Uma alternativa encontrada pelos jovens atletas brasilienses para chegar ao profissionalismo são empresas que fazem um intercâmbio com os jogadores, principalmente para os Estados Unidos.

Rômulo Diniz Santos viajou para tentar o sonho nos Estados Unidos. Foto: Reprodução/Instagram

Mas, na visão de Rômulo Diniz Santos, 22 anos, a oportunidade também não é fácil. “Só quem está lá sabe a barra que é largar tudo que você tem aqui, largar sua família e todo o apoio que tem”, ressaltou. Rômulo foi para o Estados Unidos por meio de uma empresa responsável pelo intercâmbio. “Fiz um teste rápido na empresa, uma peneira e já fui para a viagem, para Las Vegas”, destacou. Rômulo trancou o curso de engenharia na Universidade de Brasília (UnB) para seguir o sonho, mas nem tudo foi como ele pensava.

Rômulo foi para os Estados Unidos e, ao ingressar na faculdade direcionada pela empresa, começou a representar a universidade nos jogos. Por falta do bom desempenho da equipe, ele decidiu retornar ao Brasil. “Por causa do que estava acontecendo, como o baixo do rendimento do time, eu não tinha perspectiva nenhuma de crescimento. Estava querendo uma coisa que eu não iria alcançar indo por aquele caminho”, explicou Rômulo. Com o passar do tempo, ele contou que perdia até a vontade de jogar futebol. “O que era a minha maior alegria de fazer passou a ser a parte mais triste. Eu já ia jogar desanimado”, ressaltou.

Mesmo com tantas dificuldades, ele não descarta um retorno ao país no futuro. “Vou voltar (ao Brasil), me formar e, se for o caso, eu retorno aos Estados Unidos”, reforçou. O sonho de ser jogador profissional ainda está vivo nele, como sempre esteve em Kaká e Lúcio, ambos atletas que nasceram em Brasília, em Gama e Planaltina.

João Paulo, Luiz Fernando Santos e Renato Ribeiro

Sob supervisão de Isa Stacciarini e Luiz Cláudio Ferreira

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