Faltam normas técnicas para abalos sísmicos, diz secretário de Defesa Civil

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Os efeitos do terremoto na Bolívia, que refletiram em cidades brasileiras (incluindo Brasília), na semana passada (dia 2/4), causaram sustos na população, mas um alerta especial nas autoridades responsáveis pela segurança estrutural na capital do país. Segundo o subsecretário do Sistema de Defesa Civil, Sérgio Bezerra, faltam normas técnicas específicas para esse tipo de ocorrência ainda que não pareça algo preocupante ou de necessidade emergencial. Mas ele alerta: desde que as obras sejam feitas de acordo com as normas e os cálculos estruturais adequados.

Bezerra explica que o abalo sísmico na Bolívia, refletido no Brasil, não causou danos às construções civis. De acordo com Sérgio, as edificações da região Centro-Oeste são capazes de absorver os tremores, o que não ocasiona um risco para a população.”Nenhum efeito físico, trinca ou rachadura foi observada pela nossa fiscalização”. As estruturas, apesar de serem de concreto e ferro, são calculadas para terem “pequenos deslocamentos” em função de movimentações do terreno ou outros fatores que possam causar esses tremores, afirma o secretário.

No entanto, mesmo que os reflexos de terremoto não apresentem riscos à população, a recomendação da Defesa Civil é a evacuação total das pessoas. Segundo Bezerra, um tremor em um edifício pode ser causado por problemas estruturais ou fatores que ocasionam desabamentos ou acidentes graves.

O que aconteceu?

Às 10:40:33 do horário de Brasília, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (SIS/UnB) registrou um tremor com o epicentro localizado próximo ao povoado de Carandaiti, departamento de Chuquisaca na Bolívia de magnitude de aproximadamente 6,8 na escala Richter duração de cerca 30 segundos.

Segundo o professor e pesquisador do Obsis (Observatório Sismológico da Universidade de Brasília), George Sand, o terremoto ocorreu porque a placa de Nazca está colidindo com a Sul Americana. “Nazca, por ser de ‘geologia mais pesada’, é subductada na colisão”,isto é, mergulha em direção ao centro da terra, ocasionando um terremoto de alta energia e capaz de refletir em outros países como ocorreu no Brasil.

O Brasil é um país que favorece esses efeitos por possuir prédios de grande altitude (acima de 5 andares) e geologia favorável (parte construído sob solo sedimentar). “A geologia tem grande influência nesse reflexo”, acrescenta George Sand. Assim com prédios que já possuem frequência natural e um solo que favorece o evento, o valor do terremoto externo é amplificado para outras regiões.

Por Aline Lopes

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

 

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