“Quem é o próximo? ”, “Já pegou a sua senha? ”, “Ficou gostoso? ”, “Volte sempre! ”. Frases como essas passaram a ser da rotina de novos comerciantes que, desempregados, resolveram apostar em um recomeço: food trucks. Apesar de muitos dizerem que o mercado está saturado, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgou que a ideia (desse tipo de negócio) “continua sendo uma opção barata de investimento para o empreendedor”.

Ainda segundo o Sebrae, em uma pesquisa do ano 2017, sobre a renda mensal do negócio realizada com 63 donos de food trucks na cidade de Minas Gerais, 35% recebem entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensalmente, para 25% o faturamento gira em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil e 24% garantem que a margem de lucro é maior que R$ 20 mil.
Para Elenice Coelho e Carlos Alberto Coelho, foi a necessidade que fez com que o “Churros do Chaves” surgisse, devido à aposentadoria não cobrir os gastos. Em 2015, investiram no carro móvel e até hoje estão nas ruas de Brasília. Mesmo motivo pelo qual Kinan Salah criou o Yalla Habib e agora está com o projeto de expandir e ter uma loja física.
Lucídio Carneiro, dono do Camarão Burguer, que conta com uma loja física e um foodtruck emprega oito funcionários, quatro em cada loja, recorda que o processo seletivo para a escolha do funcionário tinha como critério o conhecimento na área, preferência para quem já teve vivência no ramo. Gabriel Belisário, ex-funcionário diz que procurou a vaga por necessidade. “Queria ter uma experiência no mercado de trabalho e minha independência financeira. Trabalhei com a montagem do carro e com atendimento. Hoje não estou mais na rede, mas gostei do que aprendi”.
O economista Rodrigo Curi acredita não ser um momento favorável para se abrir um negócio atualmente devido à economia brasileira e ao desemprego. Já o administrador Vinícius Postai pensa diferente. “Acredito que esse é um bom momento para se investir nos food trucks, pois entende-se que a operação e processos da empresa são simples e fáceis de serem mapeados, devido ao cardápio restrito, que facilita o processo de compra e treinamento dos funcionários, além do custo não ser tão alto”.
A taxa de desemprego diminuiu em 2018 de acordo com pesquisas do IBGE. Porém, o número de pessoas desocupadas bateu recorde. Portanto, a população está sempre em busca de alternativas para se sustentar. Em 2017 segundo pesquisas do SEBRAE, o total de empreendedores em fase inicial cresceu para 57%.
Por Letícia Fechine (texto e foto)
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira