A história se passa na II Guerra Mundial, exatamente no famoso dia D (6 de junho de 1944), quando as tropas Aliadas invadiram as praias da Normandia para reprimir o exército nazista que ocupava o território na época. Dentro disto, acompanha-se a trajetória de um grupo de soldados norte-americanos que tem como missão derrubar uma torre alemã que, supostamente, abriga um laboratório com seres humanos cobaias de experimentos científicos absurdos.
A direção é de Julius Avery, e ele deixa sua marca registrada no filme muito bem. A violência inesperada nos combates é bem propagada, coisa que outros filmes seus como ‘’Sangue jovem’’ (2014) propagou também. A narrativa é bastante fluida; o filme não se desequilibra em seu tom – uma hora vemos uma cena de planejamento de combate noutra vemos o combate por si, depois é retomado a mais uma cena com os soldados criando estratégias para atacar e assim vai – e os personagens são bem executados. O trabalho do ator Jovan Adepo, que interpreta o soldado Boyce, é surpreendente. Os primeiros olhares que ele tem da guerra são de medo, desespero e despreparo, mas logo após o segundo ato, vemos uma revigorada nas suas emoções, e o soldado mostra estar mais destemido e corajoso. Destaque também para o vilão Dr. Wafner, que carrega consigo todo o ódio e a ira que o exército alemão representou na época.
Tecnicamente falando, os efeitos sonoros do filme são excelentes. Há um bom trabalho feito com o som de explosivos e tiros, que, enquadrados numa salinha de cinema, criam uma atmosfera que permite aproximar o público do filme, fazendo-nos sentir como se estivéssemos dentro da arena de combate. No quesito visual, as transformações de humano para zumbi são um pouco afetadas e inconvenientes para o gênero, mas consegue vender sua ideia bem para o público.
O pecado da produção está em determinar seu gênero. A execução do roteiro é excelente, mas a ‘’cara’’ do filme é incompreendida. Seria uma produção contando sobre a história da Guerra com o laço entre os personagens utilizado como fundo? Ou vice-versa? Ou seria até uma crítica aos absurdos da ciência humana de utilizar seres inocentes para testes de laboratório, e que utiliza a Guerra como contexto histórico? ‘’Operação Overlord’’ é bastante aflitivo, empolgante e proporciona grande entretenimento.
Por Felipe Tusco Dantas*
* A convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira