O secretário adjunto de Segurança Pública do Distrito Federal, coronel Roberto Oliveira, garantiu que as instituições policiais estão 100% preparadas para agir em casos de terrorismo e manifestações pacíficas, mas não sabem lidar com os black blocs (grupos de mascarados que têm agido com violência e depredações). Para ele, existe uma insegurança jurídica para agir com o grupo. “A sociedade precisa dizer o que quer. Há muitas críticas aos policiais quando eles são contidos”, afirmou. Oliveira aponta que os manifestantes pacíficos podem ser identificados e com eles há diálogo e acordos. “No entanto, com os black blocs não há conversa”, comparou o secretário.
O coronel ainda considerou que Brasília foi a única cidade em que o grupo foi apreendido durante as manifestações. Segundo ele, ainda que os black blocs assinem um termo e sejam liberados, eles vão passar algumas horas na delegacia e ser punidos com o pagamento de cestas básicas ou trabalho comunitário. Para ele, isso já pode significar a inibição de possíveis ações.
Um dos mecanismos para garantir a segurança durante a Copa do Mundo, segundo Roberto Oliveira, serão as 825 câmeras instaladas no DF até abril de 2014, monitoradas a partir de uma base da polícia, das quais 54 já foram implantadas. O coronel ainda afirmou que se não fosse a dificuldade colocada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) as 200 câmeras previstas para serem instaladas no Plano Piloto já estariam em funcionamento. De acordo com o Coronel o IPHAN diz que as câmeras vão poluir o ambiente visualmente.
Defasagem de efetivo
O secretário adjunto lamentou o fato de existir uma defasagem de policiais militares no Distrito Federal, e isso já pode ser constatado com o fato de que nenhum policial poderá tirar férias no período da Copa do Mundo. Hoje o efetivo é composto por 14.900 policiais, mas estariam previstos 19.800. “São quase cinco mil policiais a menos. A população não ficará desguarnecida, mas trabalharemos com todo o efetivo”, comentou.
Segundo o secretário adjunto, a FIFA estabelece um número de 400 seguranças privados para qualquer estádio que vá sediar a Copa. E outros 400 policiais militares nas cercanias do estádio. Uma atenção especial, entretanto, será a utilização de um efetivo de 1200 policiais para atuarem na Esplanada dos Ministérios durante todo o período da Copa na área de shows conhecida por Fan Fest. “O que me preocupa mais não são os sete dias de jogos, mas os 30 dias desse evento”.
Herança – O coronel comemorou o legado que a segurança pública herdará após a Copa, como o centro de comando e controle (que integra policias militar e civil, Corpo de Bombeiros e DETRAN, além da base de dados com a PF e Justiça) e os equipamentos, como os imageadores que estarão nos helicópteros militares, que poderão identificar alvos de cima antes, durante e depois dos jogos. Ele acrescentou que haverá um link com as informações das Forças Armadas de forma que elas possam ser acessadas pelas instituições do DF e nacionais.
Por Marina Corrêa – Agência de Notícias UniCEUB