Árbitras do DF buscam espaço nos campos de futebol

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A participação feminina na arbitragem nacional representa pouco mais de 11% da quantidade total. Das 711 pessoas presentes na relação de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apenas 82 são mulheres.  Quando se trata das profissionais atuantes em competições masculinas, a quantidade diminui. Somente uma mulher exerce a função de árbitra central na Série A do Campeonato Brasileiro.

Leila Naiara, 30 anos, é a primeira mulher do DF a integrar o quadro da FIFA. Ela explica que iniciou nessa carreira devido a ajuda do também juiz, Rogério Bueno. “Decidi ser árbitra de futebol graças a um amigo, que na época era árbitro da CBF.  Ele me inscreveu no curso de arbitragem e desde então sou apaixonada pela profissão.”

Crédito: arquivo pessoal

A árbitra explica que sempre obteve apoio da família e diz que eles a ajudam a enfrentar as dificuldades. “A maneira de lutar contra contra o preconceito é seguir em frente e sempre mostrar nosso melhor, pois nosso crescimento e vitórias não dependem da opinião dos outros. O importante não é como o mundo nos vê, e sim como nós nos enxergamos.” 

A respeito da participação de representantes femininas em campeonatos, Leila entende que o número de profissionais é resultado de uma crescente na categoria. “É notório que o quadro de árbitras e assistentes da FIFA vem se destacando de forma positiva. Assim, como em todas as competições, as árbitras e assistentes vem conquistando seu espaço. A própria Copa do Mundo não parece mais um sonho tão distante.”

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Bandeirinha

Formada desde 2017, a bandeirinha Márcia Alves conta que decidiu se tornar juíza, pois viu na arbitragem uma oportunidade de se manter em contato com o cenário esportivo. “Eu sempre gostei muito de futebol. Por conta disso, quis me manter no meio futebolístico. Desse modo, é uma forma de  permanecer trabalhando no ambiente deste esporte.” 

O desejo de estar presente no meio esportivo fez com Márcia Alves ingressasse na carreira de árbitra de futebol. Foto: Ricardo Ribeiro

Para a árbitra auxiliar, as dificuldades que as profissionais enfrentam nesta profissão estão relacionadas ao condicionamento físico que elas precisam ter para estarem aptas a atuar nas partidas “Eu acredito que para a mulher a coisa mais difícil é a parte física,  pois a gente tem que treinar o dobro ou o triplo a mais que os homens para fazer o mesmo teste corporal a cada seis meses para poder atuar nos jogos”, destaca Márcia Alves.  

Além das dificuldades físicas, ela relata que ainda enfrenta ofensas vindas de torcidas nos estádios. “A gente sempre escuta algumas coisas das arquibancadas. Porém, também recebemos muitos elogios, tanto de homens quanto de mulheres que vão aos jogos. Eu procuro não me abalar e sempre penso que o que está dentro do campo me interessa, fora não me diz respeito. Então, não costumo absorver as coisas que ouço. Nem positivas e nem negativas. Eu procuro fazer o meu trabalho e esqueço o restante que está fora de campo.”

Márcia relata que o desejo é apitar um jogo da Libertadores. “É a copa que eu mais gosto e acho que representa muito o futebol. Ou, senão, ver alguma mulher apitando um jogo masculino da competição.”

Por Vitoria Von Bentzeen e João Paulo de Brito

Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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