O voluntariado do grupo Andarilhos do Riso em hospitais auxilia na recuperação e na felicidade de pessoas que estão passando por algum problema de saúde.
Fonte: Instagram// @andarilhosdoriso
O grupo existe há mais de 15 anos e é responsável por atender pessoas de 0 a 100 anos de idade, no ICDF (Instituto de Cardiologia do Distrito Federal). Os atendimentos ocorrem aos domingos à tarde. Os Andarilhos do Riso atuam com pacientes em vários casos como coração, fígado e rins e as crianças são minoria entre os pacientes.
Para Paulo Mesquita (35), diretor de Comunicação do projeto, mais conhecido como Dr. Tchan Tchutchutchupá da Bahia, a experiência é engrandecedora. “A gente aprende muito a cada atendimento e vivemos uma troca muito prazerosa com cada paciente que atendemos, com as equipes médicas e com os colegas”, relatou. De acordo com ele, sua profissão dentro do grupo é “Pau que nasce torto nunca se endireita”.
O impacto não acontece apenas nos pacientes, mas também na vida dos voluntários. Paulo contou que o projeto o fez ver a vida por outros ângulos. “Ver o que os pacientes passam, as famílias, os riscos, esperanças, desilusões. Alguns pacientes passam seis meses no hospital e a gente acaba conhecendo muito da vida deles a cada domingo. Alguns passam pouco tempo no hospital, mas agregam na vida de todos.”
HISTÓRIA
O diretor de comunicação conta que tudo começou com o Dr. Gravatinha, que tinha um parente internado lá. “Ele é engraçado por natureza, toca violão, conta piada, fazia graça para o povo e depois que seu parente teve alta, continuou a ir visitar os amigos que fez. Aí ele conheceu o grupo voluntário Andarilhos da Luz e criou uma “filial” deles no ICDF”, disse Paulo. Após um tempo, por algumas divergências, o nome foi mudado para Andarilhos do Riso, que passou a ser um grupo autônomo, mas manteve o mesmo trabalho.
Quando perguntado sobre a experiência que mais o marcou, o Dr. Tchan Tchutchutchupá da Bahia,decidiu contar a mais recente:
“Todo domingo tem uma. Mas vou falar da mais recente. Atendemos um paciente já idoso, na UTI, pós-cirurgia. Ele estava em um estado entre dormindo e acordado há dois dias, segundo a filha que o acompanhava. Chegamos e perguntamos de que músicas ele gostava e a filha disse que ele adorava Roberto Carlos. Começamos a tocar e ele balbuciava partes da letra. A filha se emocionou muito e disse que era a primeira reação que ele tinha desde a cirurgia. Nessa hora nosso coração bate forte e a gente sabe que tá fazendo o certo, sabe?”
O atendimento dos Andarilhos do Riso segue um padrão. Não há distinção entre crianças e idosos. O grupo acredita que, tanto para crianças, quanto para os adultos, o impacto é muito positivo. “É um momento de distração para os pacientes, onde eles podem sair da rotina, rir e cantar. Claro que com as crianças tem uma ludicidade maior, mas com os adultos tem mais bate-papo, principalmente para ouvi-los”, disse o voluntário.
Para entrar no grupo, é necessário participar de um minicurso, que acontece uma vez ao ano e dura três meses, onde são enfatizadas as regras e maneiras de convivência entre pessoas que estão vulneráveis. Aqueles que atingirem excelência no curso e possuírem a frequência mínima necessária, se mantêm no projeto.
Fonte: Site Andarilhos do Riso
Por Bárbara Mendes, Bruna Luiza, Linda Carvalho e Nathan Martins
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira