Dois curtas representam Brasília na Mostra do Filme Livre

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“Fico muito feliz de estar na Mostra do Filme Livre por ser um tipo de festival que me sinto totalmente em casa”. A frase é de Mauricio Chades, um dos diretores que irão representar Brasília na Mostra do Filme Livre, que vai até 20 de setembro, no formato on-line. 

A 19ª edição do projeto conta com 910 inscritos de várias partes do Brasil e vai exibir 53 curtas, médias e longas de todos os gêneros. A mostra, que é a a maior do Brasil, se tratando de filmes independentes,  vai acontecer pela primeira vez no formato on line, devido à pandemia, de 12 a 20 de setembro através de parceria com o site www.poloaudiovisual.tv

Ana Luiza Meneses e Maurício Chades são os diretores que irão representar Brasília nesta edição com dois curtas-metregens: Juca (28’/ 2019), pela mostra “Panoramas Livres”, e Espuma dos dias (3’, 2020), que concorre na mostra “Pílulas”.

Para Maurício, participar da mostra é também um ato político. “O festival aponta para a ideia de acessibilidade tanto enquanto realização, ao dar espaço para realizadores e realizadoras que fazem seus filmes acontecerem com poucos recursos financeiros e bastante criatividade, e também enquanto exibição, ao se conectarem a vários cineclubes pelo território brasileiro, aumentando o alcance desse tipo de cinema”, conta o diretor de “Juca”.  

“Espuma dos Dias” \ Foto: Divulgação

A Mostra de Filme Livre 2020 (MFL) é dedicada à memória do artista multimídia Sérgio Ricardo, que foi homenageado na edição de 2009 e que faleceu em julho deste ano, aos 88 anos. Os filmes serão exibidos dentro de 4 recortes: Panoramas Livres (curtas, médias e longas), Mundo Livre (filmes feitos por brasileiros no exterior), Biografemas (filmes sobre outros artistas) e Pílulas (filmes de até 5min.), todas sessões já tradicionais da MFL.  O júri irá decidir os 3 filmes mais instigantes, e estes ganharão o troféu “Filme Livre!”. 

O intuito da MFL é valorizar filmes feitos sem grandes patrocínios,  feitos em casa ou por pequenas empresas, entre amigos ou sozinhos.

“É um festival que valoriza e estimula a livre criação, experimentação e realização apaixonada de cinema em detrimento da necessidade de grandes aportes orçamentários que, muitas vezes, torna-se o fator determinante para a realização de vários projetos que se vêem ruminando por anos (ou décadas) até tornarem-se filmes possíveis”, explica Maurício Chades.

Para o diretor, a mostra também serviria como inspiração e incentivo para quem tem vontade de produzir seu próprio filme. “Se esses filmes são vistos, muitos dos espectadores podem pensar ‘eu também vou fazer um filme’, e isso é ótimo”, finaliza. 

Para a produção do evento, Guilherme Whitaker, criador da MFL em 2002 no Rio de Janeiro, contou que este ano, o projeto será um divisor de águas. “Muitos eventos, como a MFL, que só aconteciam em salas de cinema e usavam a internet basicamente para divulgação, e agora, obrigados a usar a web para acontecer, vão se ampliar e dificilmente deixarão de fazer sessões online nas próximas edições”, afirmou o idealizador da mostra.

Para ele, isso resultaria também na ampliação do  público, que não se limitaria apenas àqueles que podem ir à sessões físicas. “Pessoas fora do eixo RJ/SP/DF, onde a MFL costumava acontecer, e que sempre quiseram participar e ver nossos filmes, este ano poderão assistir, de qualquer lugar e a qualquer hora”, enfatiza Guilherme.

O curta “Juca”, foi uma forma de Maurício fabular sobre sua própria experiência. “Quando conheci Juca, me encantei por poder compartilhar com alguém o mesmo objetivo de pedalar e fotografar à noite, o que nos motivou a fundar o Pedal da Lua Cheia, em que nos juntamos a cada mês para passeios pela região, em meio à vegetação do cerrado, guiados pela luz da lua e sem o auxílio de iluminação artificial. Nossas pupilas dilatam e conseguimos ver. O pedal e Juca me proporcionaram percorrer mais e mais a superfície da região, não só do Córrego do Urubu, mas por trilhas no Taquari, Jerivá, Palha e outros núcleos rurais da Serrinha do Paranoá”, conta o diretor do filme. 

“Juca” / Foto: Divulgação

Para Maurício, quanto mais produções que retratam experiências pessoais surgirem, e quanto mais forem vistos, mais ativo se torna o papel do cinema na sociedade, além do entretenimento.

“O papel da arte em si é poder nos causar a mudança de perspectiva e paradigma. Quando a gente não consegue imaginar saídas, às vezes um trabalho de arte tem essa claridade de nos apontar novos caminhos. Então pra mim o cinema tem essa importância, é mais do que uma experiência que te envolve esteticamente, é um trabalho com capacidade de transformação social”, esclarece.

LIVES:

dia 19-09, às 19h – Debate com os curadores Gabriel Sanna e Scheilla Franca e os cineastas “Até o fim”, Ary Rosa e Glenda Nicácio.

dia 20-09, às 19h – Encerramento: Debate com GuiWhi e a direção dos 3 filmes premiados.

Assista aos trailers das produções brasilienses:

ESPUMA DOS DIAS

JUCA

SERVIÇO  

MFL2020 // 19ª. Mostra do Filme Livre

Programação completa: www.mostralivre.com

Site das exibições: www.poloaudiovisual.tv

Datas:  até 20 de setembro de 2020

Classificação: consultar programação em www.mostralivre.com

Realização: WSET Multimídia

Apoio: Polo Audiovisual, Fábrica do Futuro e Gov. Estado Rio de Janeiro.

Mais informações: 22 997773200 – filmelivre@gmail.com

Imprensa: Alexandre Aquino > 21 | 98842 3199 // aquino.alexandre@gmail.com

 

Por Mayra Christie

Supervisão de Luiz Cláudio Ferreira

 

 

 

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