Neste sábado, dia 5 de dezembro, ocorreu a 9ª edição do Festival Japão de Brasília, evento já presente no calendário cultural da capital. Devido à pandemia e isolamento social, o festival ocorreu virtualmente, através de uma live no YouTube, e recebeu cerca de 3,5 mil visualizações no decorrer das cinco horas de duração. Realizado anualmente desde 2012, o projeto é idealizado pela FEANBRA (Federação das Associações Nipo-brasileiras do Centro Oeste) e tinha a expectativa de ter uma versão física no meio do ano, mas, com a crise da Covid-19, foi necessária a mudança de planos. O modelo on-line foi escolhido com o intuito de continuar atendendo seu público fiel, e seguir com o objetivo de divulgar, preservar e promover a cultura e as raízes japonesas.
Confira aqui o festival Japão de Brasília na íntegra
A parte gastronômica, sempre muito requisitada pelo público nas edições anteriores, também esteve presente no formato virtual. O Festival Japão de Brasília montou um esquema de drive thru e delivery com diversas lojas da cidade, possuindo uma grande variedade de produtos da culinária tradicional japonesa, como sushi, lámen, yakisoba, donburi, oniguiri, mandyu e doces. O sistema funcionará até o final de domingo (6). Produtos podem ser adquiridos por entrega e também por retirada no ponto marcado na 611 norte.
Lanterna do Tōrō Nagashi no Lago Paranoá (Foto: Festival do Japão Brasília/Divulgação)
Com apresentação de Harumi Yukawa e Takashi Yamanishi, a edição levou consigo o nome de bōnenkai, que em japonês significa “reunião de fim de ano” ou “reunião para esquecer o ano”, deixando de lado os problemas dos últimos meses, que em 2020 não foram poucos. A celebração iniciou-se com a quebra de um barril de saquê, ato tradicional do Japão, principalmente em casamentos, que tem o intuito de dar boa sorte a um evento. Após a referência cultural, a abertura se deu por falas de autoridades japonesas da Embaixada do Japão no Brasil, da FEANBRA e da Jica.
Na sequência, o festival seguiu sua programação, com apresentações de taiko (tambores japoneses), ginástica, música, dança, culinária, cosplay, luta, moda, workshops e oficinas, contando com atrações nacionais e internacionais, a maioria gravadas anteriormente com exclusividade para o evento e seguindo todos os protocolos de saúde. Como destaques, estiveram presentes os grupos de taiko Hikari Daiko e RKMD, referências na área; os cantores Joe Hirata, um dos mais famosos entre a comunidade nipônica, Alysson Takaki, conhecido como “a voz de Deus” entre os colegas, e Yasmin Yamashita, vencedora do programa Jovens Talentos com apenas 10 anos; e o canal Go Han Go, famoso na Internet sobre comidas japonesas.
Atrações
O evento também contou com entrevistas que foram realizadas ao vivo, uma com Lawrence Ikeda, da Fish TV, e outra com Hugo Hoyama, ex-mesatenista multicampeão pelo Brasil. O pescador contou sobre sua trajetória, incentivou a prática do “pesca e solta” (pescar o peixe e devolvê-lo para a água em seguida) e ensinou como lidar com os peixes na hora da pesca. O ex-atleta, por sua vez, falou sobre seu caminho no tênis de mesa, o apoio da família, a vida de técnico e as expectativas para as Olimpíadas de Tóquio, sua “segunda casa”, prevista para ser realizada em 2021. Hugo também disse que, quando ainda atuava, buscava representar não apenas o Brasil, mas também a colônia japonesa no país, que teve muita importância em sua formação e crescimento.
O encerramento se deu com uma das apresentações mais esperadas do evento, o Tōrō Nagashi, até então inédito no festival, uma homenagem aos entes queridos falecidos, que consiste em lanternas flutuantes sobre a água para que as almas possam encontrar o caminho para a paz. Foram cadastrados mais de 3 mil nomes para serem homenageados, e todos foram lançados no Lago Paranoá com as lanternas, que depois foram recolhidas e guardadas para a próxima edição. Em 2021 a FEANBRA promete, quando for possível em relação à situação do novo coronavírus, retomar a edição presencial, que irá contar novamente com o concurso de miss que não ocorreu esse ano, o Tōrō Nagashi e muitas outras atrações.
Por Arthur Ribeiro
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira