Quem imaginaria um ensaio fotográfico a distância, durante o isolamento social, poderia se tornar realidade? A pandemia fez com que algumas profissões tivessem que se reinventar. Não foi diferente com as profissionais do mundo da moda. As modelos, acostumadas com flashes e uma grande equipe de produção por trás de uma foto perfeita, passaram a fazer fotos em casa, para não ficarem sem trabalho. Contando com poucos recursos de fotografia, mas uma grande aliada, as redes sociais.
A modelo Rafaela Monteiro, 19, percebeu que a quantidade de trabalhos caiu e que algumas profissionais estavam abandonando a carreira. A dificuldade chegava por todos os lados. Profissionais da área fecharam seus estúdios ou deram uma pausa, até a melhoria da situação. Rafaela, preferiu insistir e aproveitou a internet para manter contato com os profissionais da área e otimizou o tempo divulgado seus trabalhos já realizados na rede social.
A onda de lives chegou também para o mundo fashion, foram diversas lives e workshops por videoconferência que movimentaram o mercado da moda. A nova tendência foi os provadores em casa, antes as modelos iam até as lojas para tirarem fotos dos looks, com a pandemia, as roupas higienizadas são enviadas para as modelos e elas mesmas fazem as fotos.
Essa é praticamente a rotina de Tainara Lopes, 23, modelo há 5 anos. “Mudei totalmente a minha forma de trabalho, hoje, é quase 100% conteúdo para a internet”, afirma Tainara, que também notou a queda na contratação de modelos por parte dos profissionais da área. Quando é questionada sobre a maior dificuldade que tem enfrentado, a modelo afirma ser a insegurança sobre o dia de amanhã e compreende o momento difícil que os donos de lojas também têm enfrentado.

Mesmo com dificuldades em uma época tão incerta, há pessoas que decidem se arriscar em algo novo. Uma delas foi a professora de Inglês e modelo Caroline Santos, 28, que decidiu abrir uma agência de modelos ao notar a criatividade das modelos e sentir a carência de representatividade.
A Agência “Savege Models” foi criada em dezembro de 2020, com a intenção de dar visibilidade as pessoas que não recebem a devida atenção pelos profissionais da moda. Caroline, trabalha como modelo há 11 anos e sempre sentiu o preconceito por perto. Sua agência busca acolher essas minorias e dar oportunidade no mercado da moda para eles, e principalmente mudar e ampliar esse mercado, que segundo Caroline, é padronizado.

Por Beatriz Souza