Dores no corpo, AVC e infarto: entenda outras consequências da covid-19

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Depois de quase um ano de pandemia, a covid-19 assusta e surpreende os profissionais da saúde com sintomas nunca vistos antes e com as variantes que têm causado medo na população mundial. Segundo o Ministério da Saúde, em casos moderados, os principais sintomas são tosse persistente e febre persistente diária, até sinais de piora progressiva de outro sintoma relacionado à covid-19 (fraqueza muscular, diminuição do apetite, diarreia), além da presença de pneumonia sem sinais ou sintomas de gravidade.

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Segundo a infectologista Joana D’arc Gonçalves da Silva, com as novas variantes, as pessoas têm apresentado sintomas mais graves. Além disso, após a recuperação da doença, os pacientes têm retornado aos hospitais com queixas de dores nas pernas que, muitas vezes, representam quadros agudos de trombose venosa profunda. E quadros de acidentes vasculares encefálicos e infartos têm tido uma frequência maior. 

Dores

A médica explica que isso pode estar relacionado a frequentes manifestações trombóticas porque o vírus produz lesões nas paredes vasculares e favorece a formação de trombos. “As dores são comuns e aparecem geralmente por atingirem veias inferiores. Uma sequela associada a infecção pelo vírus.”

No entanto, Patrícia de Menezes Souza, de  35 anos, servidora pública, contaminada pela covid-19 em novembro de 2020, relata ter sentido fortes dores na região do quadril. 

 Patrícia ainda conta que nenhuma conclusão médica foi fechada e que falaram que era realmente algo ligado ao Covid-19. “Foi uma dor bem intensa, bem diferente, algo que eu nunca senti igual, realmente fiquei bem preocupada”.

 Variantes 

 

As variantes que circulam no Brasil têm preocupado a comunidade científica e a população por não ter sintomas padronizados e acometendo uma maior quantidade de pessoas com casos graves. As restrições de contaminação passaram a ser mais flexíveis e atingiram pessoas dos mais variados tipos. 

“O que chama a atenção dessa nova onda é o acometimento de pessoas aparentemente saudáveis, mas a maioria das complicações ainda são em pessoas com comorbidades”, diz a médica 

Além de tudo, os quadros graves têm demorado mais tempo nos hospitais, apresentado mais complicações que podem, também, estar associadas a dificuldade estrutural e tratamento adequado no tempo necessário. 

“Não temos condições físicas e estruturais para atender o número de pacientes graves que chegam. Alguns pacientes morrem por complicações, muitas vezes, associadas ao cuidado na terapia intensiva, ao cuidado que alguns pacientes graves devem receber, e que não são assistidos da forma adequada”, lamenta a médica. O colapso na rede pública e particular de hospitais também prejudicam no combate à pandemia.

Tratamento 

Apesar de não existir um tratamento eficaz ou tratamento precoce que seja capaz de desativar o vírus, a recuperação do paciente se dá por uma análise individual de cada um e atende às demandas dos organismos.

A especialista alerta que os pacientes que fizeram o uso de medicamentos sem recomendações médicas podem estar sujeitos a intoxicações, alterações hepáticas ou até mesmo manifestações cutâneas. 

Diagnóstico e vacinação 

Como os sintomas variam muito, muitas vezes são confundidos com outras doenças. Um exemplo dado pela médica é a H1N1 que se manifesta por alteração respiratória e pulmonar, assim como a covid-19.

Por isso, a especialista recomenda a imunização contra a influenza para diminuir e diferenciar os diagnósticos de maneira mais eficaz. Aliás, existem uma variedade de arboviroses (viroses transmitidas por artrópodes – insetos e aracnídeos), como a dengue, que manifesta febre, mal estar, dor no corpo e sintomas gerais de doenças comuns no Brasil.

Logo, percebe-se a importância do seguimento dos protocolos, da conscientização sobre outras doenças e incentivar campanhas de vacinação contra a covid-19 para que os casos graves sejam reduzidos e recebam os devidos cuidados.

“A possibilidade de uma hospitalização grave torna-se menor entre os vacinados. A eficácia só pode ser checada ao longo do processo de vacinação”, afirma a médica.

Por Fernanda Bittar e Maria Eduarda Cardoso
Imagem: Agência Brasília
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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