Um evento de esportes eletrônicos em um hotel de Brasília, nos últimos dois dias (27 e 28 de abril), colocou à prova o protocolo de segurança contra a covid-19 para eventos do gênero. O JUBs eSports 2021 reuniu representantes de universidades de todo o Brasil para competirem em seis jogos: FIFA, Garena Free Fire, Counter-Strike Global Offensive, Clash Royale, Poker e League of Legends. No evento presencial, foram 76 competidores. Eles se classificaram após a versão on-line com 1.058 jogadores de esportes eletrônicos.
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Esse evento foi o primeiro a ser realizado em caráter presencial. A campeã da modalidade feminina do Clash Royale, Lorena Karen (UEA – FAUD/AM), contou que tinha a preocupação acerca das semifinais e finais serem feitas presencialmente. “Foi muito difícil para mim quando eu tive que decidir (se participava ou não). Meus parentes estão no grupo de risco, mas eu decidi que ia ficar o mais segura possível para que a contaminação não aconteça de nenhuma forma”.
Ela acrescenta que se surpreendeu com o protocolo adotado pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), que envolveu testes PCR, distanciamento mínimo, uso obrigatório de máscara e a utilização de álcool em gel.
À espera do resultado
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O competidor de pôquer eletrônico Pedro Beck (UnB – FESU/DF) comenta que o dia a dia no hotel foi de expectativa à espero do resultado do exame. “Chegamos na segunda e fizemos o teste (PCR). Esperamos o resultado no quarto e, quando saiu o resultado duas horas depois, fomos liberados para sair, fazer o crachá e ficar liberado”. Ele explica que houve permanente fiscalização sobre a organização acerca do cumprimento dos protocolos de segurança para os representantes dos esportes eletrônicos.
Sobre o evento virar uma referência para futuros projetos, os dois esportistas foram enfáticos que é possível realizar eventos do gênero. Lorena entende que o evento pode ser usado como modelo, porém acredita que esportes que envolvem mais pessoas e maior possibilidade de aglomeração devem ser evitados.
Pedro afirma que o modelo de bolha esportiva, onde apenas atletas e organizadores do evento permanecem em um mesmo local e convivem de forma mais direta, oferece a possibilidade desse tipo de evento e competição acontecer. “A bolha esportiva é um dos melhores modelos para fazer eventos desse tipo em uma pandemia, um exemplo disso é a bolha feita pela NBA, que colocaram os atletas em um complexo de hotéis durante um mês e depois começaram a jogar”.
Ele acrescenta que, se aplicado de forma organizada, sem pressa, e com dinheiro para fazer esse tipo de investimento, é viável que eventos como o JUBs eSports aconteçam, mesmo em um momento tão delicado.
Proximidade
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A edição passada, em junho de 2020, aconteceu de forma totalmente on-line com 450 jogadores. Para os competidores, esse evento em 2021 teve sabor especial. Para a jogadora campeã de clash royale, Lorena Karen, do Amazonas, após a conquista, destacou a troca de experiências entre os competidores. “Acredito que fui bem amigável com a Tem Café (Eduarda Bassani). Tentei conversar com ela sobre decks e meta do jogo. Com as outras jogadoras, a Maria e a Thais, eu tenho mais proximidade, já que elas fazem parte dos meus times”. Lorena ainda cita a importância de conhecer novos jogadores.
Caso diferente para o jogador Pedro Beck (UnB-FESU/DF), que disputou a mesa final de pôquer on-line. Ele revelou ter sido uma mistura de emoções sobre participar do evento, mas ao mesmo tempo preocupado sobre como funcionaria a bolha entre os atletas. “A bolha esportiva é um dos melhores modelos para a realização desses eventos na pandemia”, completou. O jogador ainda citou como a ida para o campeonato ajudou-o a até mesmo marcar compromissos futuros com os outros participantes, e debater sobre blefes e decisões tomadas na hora do jogo e que depois acabam virando um momento de descontração. De longe, seria mais difícil.
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Por André Atán e Bruno Marinho
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira