Na semana passada (dia 3), começou o cadastramento no site da Secretaria de Saúde do Distrito Federal para pessoas com deficiência registradas no Benefício de Prestação Continuada, o BPC. Entretanto, o critério usado tem causado indignação por parte daqueles que não são beneficiadas pelo programa.
Segundo regra definida pelo governo do Distrito Federal, apenas pessoas com deficiência cadastradas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) podem receber a imunização neste primeiro momento.
O BPC é a garantia de um salário mínimo mensal àqueles com deficiência ou idosos com 65 ou mais que comprovem não possuir meios de sustento, seja sozinho ou por sua família.
Segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), realizada em 2018, o Distrito Federal tem cerca de 140 mil pessoas com algum tipo de deficiência. Porém, atualmente, apenas 17 mil recebem o benefício na região, de acordo com dados da Controladoria-Geral da União.
Para alguns não beneficiados, o auxílio não deveria ser usado como critério de prioridade. Segundo Eldito Alves, de 45 anos, que tem mobilidade reduzida, essa regra é uma forma de restrição.
“Se a vacinação é para pessoas com deficiência, é para todos nós, independente de recebermos o BPC ou não”, reclama.
Para Luciene Viana, 48, servidora pública do INSS e pessoa com deficiência física devido à encefalite viral, infecção do sistema nervoso central que provoca a inflamação do cérebro, “colocar como critério a condição socioeconômica é errado, pois nós somos um grupo vulnerável, independentemente de classe social e condição financeira”, opina.
Por Diego Veiga
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira