Nutrição: saiba como evitar o descontrole alimentar; saiba mais

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Em 2020, com o início da pandemia da Covid-19, a entrega de comida por meio de deliverys teve um aumento ocasionado pelo fechamento de bares e restaurantes devido ao isolamento social proposto pela OMS. Segundo a Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, os gastos com delivery aumentaram 149% no último ano no Brasil, sendo analisados os gastos dos usuários nos três principais aplicativos de entrega, Rappi, Uber Eats e Ifood.

Além disso, em 2020, dados do IBGE apontaram que houve um aumento de 17% no consumo de fast-food no Brasil. Em contrapartida, houve uma queda no consumo de arroz e feijão. A frequência de consumo do arroz caiu para 72,9% e a do feijão para 59,7%.

Segundo o nutricionista, Ramon Batista, a comida está totalmente relacionada ao prazer e em momentos como esse de pandemia, no qual vivemos isolados, ansiosos e preocupados, se alimentar é uma espécie de refúgio.

“Há vários momentos em que estamos tristes ou felizes e acabamos comendo para ocupar aquele vazio na nossa mente, sendo uma válvula de escape comer”, disse. As principais queixas que Ramon recebeu em seu consultório de seus pacientes foram em relação ao aumento de peso por estarem inativos e deixarem de lado a alimentação saudável, comerem mais do que deveriam e optarem por doces. 

Roberto Schiavinato, de 34 anos, professor de dança, conta que engordou 3 quilos e que seu consumo de alimentos teve um aumento considerável. “Como a gente ficou mais tempo em casa eu comi mais besteira, sim, como brigadeiro, pipoca com manteiga e muita massa”, contou. Schiavinato acredita que a ansiedade e o isolamento social foram determinantes na sua alimentação. “A gente ficava meio ansioso, procurando respostas, isolados e não tinha muito o que fazer, o que resultou em uma busca grande na geladeira”, desabafou

No celular

Assim como Schiavinato, Luísa Abreu, de 22, estudante de medicina, também acredita que a ansiedade a levou a se alimentar pior do que antes da pandemia.

“Eu tinha menos costume de consumir fast food e doces antes da pandemia. Hoje, inclusive, eu tenho dois aplicativos de delivery no meu celular. Acredito que foi muita angústia para poucos momentos de alívio, e a ansiedade e o isolamento influenciaram na minha alimentação”, compartilhou.

No caso da estudante, ela passou por um efeito sanfona, onde houve um período de emagrecimento e outro seguido de ganho de peso. “Tenho tentado reduzir o consumo de alimentos tidos como “besteiras”, embora ainda me renda a eles em momentos de ansiedade e angústia”, explicou.

O nutricionista explica que tanto o emagrecimento como o ganho de peso são consequências que pessoas ansiosas podem ter. “A gente tem dois extremos, pacientes ansiosos que comem muito e pacientes ansiosos que comem ‘de menos’. Além disso, por passarem mais tempo em casa, essas pessoas podem acabar esquecendo de se alimentar enquanto desenvolvem outras atividades e funções podendo ser esse um dos motivos do emagrecimento”, alertou. Em relação ao efeito sanfona, Ramon alerta para as dietas muito restritivas, onde são escolhidas estratégias nutricionais equivocadas.

Comidas rápidas podem ser danosas para saúde. Foto: Creative commons

O crescimento em relação aos deliverys deve desacelerar, mas continua em 2021. Segundo o Consumer Insights, da Kantar, as entregas de alimentos têm mais de 80% de aceitação em áreas urbanas, compreendendo consumidores de até 50 anos. Apesar dessa recepção por boa parte dos brasileiros, ainda há algumas melhorias a serem feitas por parte desses aplicativos para a conquista daqueles que ainda possuem algumas desconfianças em relação ao serviço de delivery.

Por Maiza Araujo

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