TikTok acende a polêmica se rede desvaloriza a dança

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A febre do aplicativo TikTok dominou o ano de 2020, superando os populares Facebook e Whatsapp nos números de downloads, segundo levantamento do site AppAnnie, especialista no mercado mobile. No Brasil, cerca de sete milhões de brasileiros já são usuários da plataforma, de acordo com dados da GlobalWebIndex, e um dos pilares do crescimento da rede são as famosas “dancinhas”.

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Entretanto, esse novo costume vem levantando debates na comunidade da dança no país, uma vez que o app também abre espaço para pessoas que não são profissionais da dança se valorizarem em detrimento aos que são especialistas na área.

Além da visibilidade

Érica Rézio Monteiro, 29, é professora de dança e compartilha dessa ideia. Segundo ela, o aplicativo traz uma visibilidade grande para os artistas, porém, eles também têm seu espaço ocupado por pessoas que criam ou ensinam coreografias sem possuir referências ou competências do âmbito profissional.

Nesse sentido, ela alega que, apesar de acreditar que é uma ferramenta voltada para diversão, as vertentes, profissional e “casual”, podem se embaralhar em alguns momentos, gerando casos de desmerecimento com os especialistas.

O TikTok foi o aplicativo mais baixado de 2020, e cerca de 7 milhões de brasileiros já se divertem na plataforma (Imagem: Divulgação)

No passo do Tiktok

A professora ainda relata que a influência do TikTok pode até mesmo afetar a busca por vagas de emprego para dançarinos. “A visibilidade (dos “casuais”) pode ser tão grande a ponto de chegar em empresas grandes que querem contratar para algo profissional. Quando você checa, a pessoa que estava no vídeo que gerou essa relevância nem sempre tem estudo ou até mesmo uma passagem pela dança”, disse Érica.

Por outro lado, a dançarina e estudante de arquitetura Júlia Pina, 20, acredita que o aplicativo tem uma influência positiva na dança, pois ajuda a despertar o interesse das pessoas de fora do meio para esta arte, que, de acordo com ela, não é tão valorizada no país. Além disso, ela reforça que existem dançarinos que, por não serem tão reconhecidos, acabam desistindo, mas a plataforma dá uma nova chance para continuarem.

Júlia em uma de suas apresentações. A jovem vê uma influência positiva do TikTok (Foto: Acervo Pessoal)

Ao ser perguntada sobre o impacto que a relevância dos dançarinos casuais do TikTok pode causar em quem exerce a função profissionalmente, a jovem opina que ambos os lados podem coexistir na rede social, sendo uma relação benéfica para ambos. “Não acho que afeta negativamente, pelo contrário, acho uma coisa muito boa. Vejo muitos dançarinos profissionais na plataforma, também muitos dançarinos casuais, e acho que os dois se complementam, se ajudam. Os profissionais crescem mais e os casuais aparecem, surgem novos talentos”, concluiu.

Por Arthur Ribeiro e Thiago Quint

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