A estudante de direito Lívia, de 18 anos, teve sua experiência de iniciar um relacionamento durante a quarentena com a aluna de fisioterapia Bruna, da mesma idade. As duas se conheceram através de uma amiga em comum, em jogos on-line, uma das principais distrações do casal durante a pandemia.
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A partir desse entretenimento, foi desencadeada uma série de conversas em outras redes sociais, como Instagram, WhatsApp, Twitter e até mesmo ligações de vídeo chamadas de longas durações. Com isso foi desenvolvendo em ambas um laço, que depois de muitas conversas e compartilhamentos de interesses pessoais, elas começaram a se encontrar em suas casas mesmo, para assistir a séries e filmes, fazer lanches e se conhecerem melhor pessoalmente.
Neste sábado, dia dos namorados, como tantos outros casais, há um sentimento duplo, de manter o cuidado, mas também de buscar estar perto dentro das possibilidades.
É o caso de Johnathan, também de 18 anos. Ele conta também que, ao decidir entrar em aplicativo de namoro, não foi com intenção de ter um relacionamento sério e sim criar ligações com quem conversar e criar amizades.
Ali naquele ambiente virtual, conheceu Camila, uma jovem de 19 anos, estudante de enfermagem, e iniciaram diálogos em outras redes sociais além do tinder. Eles se identificaram bastante ao compartilharem interesses pessoais e perceberam que existiam muitas coisas em comum entre eles.
Um pé atrás
Enfim, este sábado é mais um dia dos namorados em que os jovens pombinhos que namoram há pouco tempo devem estar mais cuidadosos e, até distantes por causa da pandemia. A psicóloga Fernanda Silva, especializada em relacionamentos, afirma que é preciso paciência em função da falta da presença física e a restrição a passeios para que ninguém se contamine ou o namoro se transforme num vetor do vírus.
Fernanda Silva explica que esse início de namoro por redes sociais requer cautela por uma série de motivos. “A gente fica um pé atrás, e isso é muito comum principalmente hoje em dia”. Ela ressalta que, devido à pandemia, está até mais difícil de estabelecer uma relação social, inclusive os círculos de amigos.
“Então é muito mais difícil de conseguir ter uma boa referência daquela pessoa para não ter tanto medo assim. Além do mais, também tem a questão de não saber se pode ser um agressor do outro lado da linha”.
A especialista contextualiza que, antes da pandemia, já existia esse formato de contatos amorosos com início por aplicativo.
Em eventuais encontros, a psicóloga recomenda que sejam mantidos os cuidados sanitários e que sejam evitadas aglomerações.
A psicóloga explica que um relacionamento contribui para uma boa saúde mental. “Quando a gente está bem com o outro, ele nos ajuda a tentar seguir a vida de uma forma muito leve. Mas o contrário também pode ocorrer. “Quando um relacionamento não é saudável, que já é mais tóxico e abusivo, ele tende justamente a fazer completamente o oposto, tende a fazer muito mal à saúde mental”, explica a psicóloga Fernanda Silva.
Por Ana Carolina Marques, Érica Miranda e Paloma Cristina