Número de mortes em acidentes com bicicleta diminuiu 43% em 2021

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Quem passa por determinadas vias de Brasília já deve ter visto uma bicicleta branca com flores e enfeites. Mas para quem não sabe, esse ato é uma forma de protesto e homenagem aos ciclistas vítimas de acidentes fatais, feito pela Organização Não Governamental (ONG) Rodas da Paz.

A entidade tem como objetivo conscientizar a população sobre o devido respeito aos ciclistas, e também prega a importância da bicicleta como meio de transporte. As campanhas têm surtido efeito.

Nos primeiros oito meses de 2021, reduziu em 40% o número de acidentes com bicicletas no Distrito Federal em relação ao mesmo período do ano passado. O número de pessoas mortas reduziu 43%.
 

Bicicleta branca que simboliza o local onde ciclistas morreram em decorrência de acidente de trânsito (704 Norte) Crédito. Foto: Vítor Rosas

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ACIDENTES COM MORTES NAS VIAS NO DF
de janeiro a agosto (2020): 149 acidentes
de janeiro a agosto (2021): 89 acidentes
60 acidentes a menos em 2021, ou seja, 40% de redução

VÍTIMAS MORTAS NAS VIAS NO DF
de janeiro a agosto (2020): 153 mortes
de janeiro a agosto (2021): 95 mortes
58 mortes a menos em 2021, ou seja, 43% de redução

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O Detran ainda acrescenta que de 2001 a 2010, 511 ciclistas foram vitimados, e de 2011 a 2020, a estatística contabilizou 244 mortes. “Mesmo com essa queda, o número ainda é alto. Nossa meta é zerar esse tipo de ocorrência, mas para isso precisamos que toda a população se conscientize de que é necessário respeitar as normas de segurança em favor da vida, tanto por parte dos próprios ciclistas como dos condutores de outros veículos”.

Vantagens

Para o ativista Uirá Lourenço, 42 anos, jornalista e defensor das bikes no cotidiano das pessoas são inúmeras as vantagens desse meio de transporte. “Agilidade, saúde, praticidade, liberdade, economia. Pedalar pela cidade, com os devidos cuidados, é viável e seguro”, avalia.

Uirá largou o carro e fez opção pela bicicleta há 20 anos. Ele adaptou um baú de moto no bagageiro e instalou um para-lamas, usando até em dias chuvosos.

Apesar de seguir firme e forte com as pedaladas, o ativista acha que ainda não tem os incentivos necessários para a integração da bicicleta ao transporte coletivo. “Essa integração ainda é precária. Precisaríamos de bicicletários seguros e cobertos nos terminais de ônibus e metrô, próximos aos pontos de embarque”.

“Algumas estações de metrô possuem locais para estacionar bicicletas (paraciclos), mas em quantidade insuficiente e nem sempre com boas condições de segurança”, desabafa Uirá.

Ele acrescenta que o fato de o bicicletário da rodoviária do Plano Piloto estar abandonado simboliza bem essa falta de incentivo.

Ciclistas estão espalhados por toda Brasília. Foto: Uirá Lourenço


Cuidados no trânsito


É de extrema importância evitar qualquer tipo de alteração no trânsito, ocasionando em brigas, seja motorista ou ciclista, pois infelizmente existe uma certa “folga” de ambas as partes.

Condutores devem manter a distância necessária de quem está pedalando ao longo das ciclovias, respeitando o lugar que o ciclista tem para praticar atividade. Já os que andam de bicicleta, não pedalar na contramão ou sem refletivo/luz no período noturno. São medidas de segurança que todos devem obedecer e seguir, livrando as pessoas de incidentes graves que ainda estão presentes nas ruas.


Campanhas no DF

Em busca de apresentar os cuidados essenciais que ciclistas e condutores devem ter um para com o outro, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal vem promovendo algumas campanhas e palestras para a população de Brasília.

Uma delas é o Passeio Ciclístico, em comemoração ao Dia Mundial Sem Carro, uma data comemorada no dia 22 de setembro, de todos os anos, com o intuito de chamar atenção das autoridades e da sociedade civil, de modo geral, para a importância de rever a dependência em relação ao uso de veículos automotores. “Esta é uma data que estimula o uso da bicicleta e outros modais de propulsão humana em trajetos mais curtos, trazendo inúmeros benefícios aos próprios usuários e ao meio ambiente”, destaca o diretor-geral Zélio Maia.

Outra ação importante é o projeto Bike em Dia, realizado nas principais ciclovias e ciclofaixas do DF pelo menos duas vezes por semana, há mais de um ano, que conta com palestras curtas aos ciclistas, orientando-os sobre os cuidados no trânsito e a importância da manutenção preventiva da bike, enquanto as bicicletas passam por calibragem de pneus e lubrificação de correntes, por exemplo.


Por Vítor Rosas
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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