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Quando Ane Gabriely, de 12 anos de idade, subiu no tatame para a final do Brasília Open de Artes Marciais, na semana passada. Junto com ela, entrou sua história de luta em diferentes sentidos. Ela, que é moradora da região administrativa do Sol Nascente, com o pai carroceiro e a mãe dona de casa, descobriu no karatê uma alegria que faz com que não desgrude do kimono. Nos momentos finais da luta, aplicou um mawashi gueri na adversária e chegou de novo ao lugar mais alto do pódio. Foi ainda a terceira colocada na modalidade katá, em que são avaliados os movimentos de corpo, como se fosse uma luta imaginária.
Para Ane Gabriely, nada é imaginário. É tudo real. Ela experimenta a vitória no tatame depois que passou a frequentar o Instituto Mãos Solidárias, uma entidade assistencial que oferece cursos e apoio para 1200 pessoas da região, principalmente crianças. Assim como Ane Gabriely, também tiveram destaque no último torneio a Talia, de 11 anos (segundo lugar na luta e terceiro m katá), Carlos Eduardo, de 12, (terceiro na luta), e Brian, de 10, que ainda não chegou ao pódio, mas vibrou muito com as vitórias dos vizinhos do Sol Nascente.
Os resultados são verdadeiras vitórias também para o professor de karatê Antonio Vieira da Silva, de 54 anos. Ele mesmo tem uma história parecida com a dos garotos da comunidade. Ele pratica o esporte desde os 9 anos de idade. O trabalho dele é realizado no instituto “Mãos Solidárias”, que concede cursos de esportes, música e profissionalizantes para crianças e adultos. O projeto busca trabalhar com crianças carentes da comunidade do Sol Nascente.
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Luta diária
Nada interrompe a alegria do professor. Ele mesmo precisa lidar com uma doença crônica chamada bronquiectasia, condição em que as vias aéreas dos pulmões são danificadas. De forma nenhuma pensa em parar de trabalhar com as crianças que, com ajuda, já conseguiu levá-los para campeonatos fora de Brasília.
“Muitos jovens já passaram e continuam com as aulas de karatê e sabemos da importância que o esporte tem para eles”. Ele cita a responsabilidade, o companheirismo e a disciplina que a prática envolve. Assim foi para ele também. Ele cita que é comum surgirem histórias como a de uma menina disse a ele que resolveu começar a ter aulas “para nunca ser agredida por ninguém”.
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Por Tamires Rodrigues e Renata Goretti
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira