“Ghostbusters: Mais Além” traz de volta o universo dos investigadores divertido apresentado nos anos 1980. Nesta nova etapa, Callie Spengler (Carrie Coon), uma mãe solteira em meio a dificuldades financeiras, se muda com seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) para a casa de seu pai, recém falecido, na pacata cidade Summerville. Em meio a essa adaptação, a família descobre mais sobre o passado desse parente distante quando coisas estranhas começam a acontecer.
Desta vez, deixando de lado o horizonte movimentado de Nova York do filme original por plantações e montanhas, Phoebe começa a investigar a razão de misteriosos tremores em Summerville, à medida que vai descobrindo os segredos que seu avô guardava. Nesta missão, ela recebe a ajuda de um novo amigo, que gosta de ser chamado de Podcast (Logan Kim) e de seu professor, Sr. Grooberson (Paul Rudd), que apresenta toda a história dos Caça-Fantasmas. Enquanto seu irmão, Trevor, tenta impressionar Lucky (Celeste O’Connor), uma garçonete um pouco mais velha que acaba embarcando nessa confusão.
Tributo
O longa dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, produtor da franquia original, estreia nesta quinta-feira (18) e é montado como uma homenagem a Harold Ramis, intérprete do personagem Egon Spengler, falecido em 2014. Egon, como nos é apresentado na trama, é o pai ausente de Callie e o diretor consegue, com extremo cuidado e empatia, fazer o personagem presente durante o filme.
Este legado, de pai para filho, talvez seja o que dá à obra um caráter forte. O filme se mantém, porque sabe respeitar e abraça o que veio antes dele. A personagem Phoebe recebe um foco na trama, corajosa, inteligente e determinada, carrega muito bem consigo o legado de Egon.
Dar continuidade a uma franquia de sucesso décadas depois pode se mostrar um grande desafio, mas também pode ser uma maneira de unir o público mais velho com o público mais jovem, que não teve um contato direto com o original. A produção de Reitman não deixa a desejar neste quesito, é um filme tanto para os fãs quanto para aqueles que estão conhecendo o universo da trama.
A narrativa dos personagens é bem estruturada, somos introduzidos a história de cada um, tal como os elementos de referência da montagem original, que para os fãs pode ser bem emocionante, mas para os iniciantes não passam despercebidos. Neste sentido, é bom ver um universo já conhecido com novos efeitos visuais e recursos que cativam a experiência do público.
Ver esta nova fase da franquia protagonizada por um elenco jovem pode parecer inusitado, porém o roteiro une com cuidado o alívio cômico dos jovens com o foco da ação principal do filme. Entretanto, a produção não se aprofunda muito nos pontos que traz, o que, de todo modo, não é algo tão destratado ao ponto de prejudicar a narrativa.
Em 2016, já havia sido lançada uma nova produção da franquia com um elenco feminino. O longa dirigido por Paul Feig foi um grande divisor de opiniões, dando a Ghostbusters: Mais Além a importante missão de uma mistura mais eficaz da nostalgia com a atualidade, que cumpre com eficiência.
O longa não foge dos clichês, mas traz uma boa construção individual dos personagens durante a narrativa para trazer um olhar coletivo ao final da trama. O final, apesar de ser algo esperado, também não deixa a desejar, fazendo com que aqueles que viveram a experiência do clássico original voltem aos bons momentos e o novo público seja cativado pela história.
Ficha técnica
Direção: Jason Reitman
Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman
Duração: 2 horas e 4 minutos
Elenco: Carrie Coon, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Paul Rudd e Logan Kim
Título original: Ghostbusters: Afterlife
Por Maria Paula Meira*
Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira