O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) vai promover uma campanha para o que os representantes da categorias chamam de luta “por melhores condições de trabalho na área da saúde e por mais assistência à população”.
Médicos, demais profissionais e usuários do Sistema Público de Saúde (SUS) foram convidados a usar preto nesta segunda (dia 14 de março). A campanha deve contar com faixas em frente aos hospitais públicos e distribuição de braçadeiras pretas com a frase “Eu luto pela saúde”.
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O Sindicato apresenta as seguintes demandas: mais investimentos na saúde pública do DF, melhor estrutura das unidades públicas de saúde, abastecimento e distribuição regulares de medicamentos, insumos e equipamentos, concurso para contratação de profissionais de saúde estatutários em quantidade adequada e mais respeito aos profissionais de saúde e pacientes do sistema público de saúde do DF.
“Diante desse quadro caótico e da ineficácia nas ações para regularizar as condições de assistência à população, convocamos a comunidade dos profissionais da saúde e de usuários do sistema público de saúde a protestar por melhorias”
De acordo com o presidente do SindMédico-DF a luta pelo encerramento da pandemia é extremamente almejada, porém, há empecilhos, um deles é o governo. “A população cresceu e, sem concurso para contratações de profissionais estatutários permanentes, o drama das filas e até os óbitos hospitalares evitáveis aumentou”, destaca o Dr. Gutemberg.
Dessa forma, a campanha, de cunho de protesto, apresentará faixas nas ruas e terá a distribuição de braçadeiras com frases de luto pela saúde, promovendo a reflexão acerca do sistema de saúde pública não só no Distrito Federal, mas também do Brasil.
“A pandemia da covid-19 lançou os holofotes sobre caos no SUS e a necessidade de uma boa estruturação. Ações emergenciais foram adotadas para o atendimento das vítimas da pandemia, mas a estrutura já vinha sucateada desde antes disso”, aponta o presidente do SindMédico-DF.
Gutemberg explica sobre as situações difíceis que os hospitais têm passado. “As cirurgias eletivas no hospital, que é referência em atendimento pediátrico terciário, estão suspensas por falta de condições de assistência. Além da falta de leitos, os anestesistas da unidade de saúde são insuficientes para a demanda existente”.
Sobre isso, a diminuição nos números da pandemia e a retomada dos atendimentos normais, percebe-se que, mais do que antes, a rede pública de saúde do DF sofre com problemas constantes de falta de insumos, manutenção e deficiência de equipamentos.
Um dos problemas, segundo o sindicato, mais graves é a falta de profissionais em quantidade suficiente para o atendimento da demanda da população. Entre médicos, por exemplo, é patente o déficit de pediatras, clínicos, anestesistas, cardiologistas e ginecologistas.
Como exemplo, o Hospital Regional do Gama (HRG) está passando por circunstâncias difíceis na saúde pública. Já como consequência o Sindicato propôs interdição em questões éticas, essa proposta veio ao decorrer de constantes óbitos por falta de profissionais no ramo.
Por Alexya Lemos e Monique Del Rosso
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira