Gente da capital: goiana saiu da roça, foi sozinha para o DF e se formou em psicologia

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A história de Ray Pereira Magalhães, de 57 anos, envolve coragem e superação, e o estímulo dos pais, trabalhadores rurais, para que ela alterasse o roteiro de vida. Ela, uma dos 10 filhos do casal, saiu de Alvorada do Norte para tentar a via na capital. Na mala, em 1993, ela só tinha a coragem mesmo. Quase 30 anos depois, ela é psicóloga e se recorda com carinho do percurso de vida.

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Ela morava na Fazenda Larga da Macaúba, no mesmo município onde nasceu, e lá mesmo produziam os alimentos para o próprio consumo.  Na roça, arroz, feijão, cana, mandioca e milho. Produziam também farinha e rapadura.

“Tinha uma infância feliz e rodeada de familiares. Lembro de quando os adultos se reuniam em uma casa para rezar o terço e ali surgia a oportunidade de brincar com os primos sob a luz da lua no quintal da casa”. Ela frequentava uma escola improvisada na casa da avó e, apesar de não saber qual série cursava, sempre gostava e se divertia.  “A professora misturava todas as crianças e ensinava como podia, sem série específica”.

Chegando à fase da adolescência, os pais perceberam a necessidade de ir em busca de estudos para os filhos, já que moravam na roça e lá não teriam tal oportunidade. Foi aí que seus pais compraram uma casa em Alvorada do Norte (GO), onde passou toda a adolescência.

 Com o tempo e a maturidade, viu na psicologia a oportunidade de poder ajudar o próximo. Ela ficou de favor na casa de uma conhecida e, após duas semanas, conseguiu um emprego como secretária de uma empresa de advocacia. Assim que conseguiu o emprego foi morar em uma república na Asa Norte.

Ray é psicóloga clínica há 15 anos, atua como psicoterapeuta individual para crianças, adolescentes e adultos. Também é psicóloga credenciada pela Polícia Federal atuando com avaliação psicológica para manuseio de armas de fogo.

Entre os momentos que a marcaram muito em sua vida, a perda do irmão mais novo, Antônio, em um acidente de carro. Naquela época teve muita dificuldade para lidar com o luto. Mas através da psicologia, conseguiu superar e se libertar desse sentimento, e assim, seguir com sua vida.

Ela estuda sem parar .”Continuo estudando, aprendo algo novo a cada dia. Vejo o futuro como o resultado de viver bem no aqui e no agora”, diz.

Por Ana Clara Neves
Imagem: Arquivo pessoal
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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