Os especialistas em drones Matheus Brazão, de 22 anos, e Wendel Brazão, de 42, realizaram uma palestra no palco Comunidade Labkids, na Campus Party, sobre como se tornar piloto de drones.
Eles comentaram que a legislação brasileira torna segura a pilotagem dos drones. Além disso, ele vê que a atividade ajuda as pessoas a se profissionalizar nessa atividade.
Matheus Brazão, de 22 anos, é o fundador da LAWANT drones, empresa que fornece imagens para eventos e que realiza consultorias para a especialização na pilotagem.
Ele conta que o objetivo principal da iniciativa é fazer com que as pessoas olhem para o céu e se sintam seguras sabendo que a pessoa que está operando é capacitada e o drone está legalizado.
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Regras
Atualmente, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) exige documentos específicos para drones que voam acima de 400 pés e que pesam mais de 25Kg.
Entre eles estão a homologação, o seguro RETA (Responsabilidade Civil do Explorador ou Transportador Aéreo), e o registro do próprio piloto no SISANT. De acordo com Matheus, por mais que a maioria dos drones esteja homologada, muitos donos sequer sabem dessas exigências.
A fiscalização é realizada majoritariamente pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, pela ANAC e também pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Entretanto, o que vai indicar exatamente o órgão responsável será a atividade pretendida, o que pontualmente também pode precisar da anuência do ministério da defesa.
Wendel é o responsável pela parte operacional da empresa. Ele tem experiência como policial civil especializado em operações aéreas há 11 anos, não só treinou policiais civis nesta área como também atualmente faz a instrução de alunos dentro da LAWANT.
Mais fácil
Wendel conta também que ao longo de sua carreira, a evolução da tecnologia foi tamanha que o drone deixou de ser apenas um conceito para se tornar um mecanismo sofisticado, mas ao mesmo tempo simples de ser operado
”Antes, tínhamos a ideia de que o drone era um mero aeromodelo voltado para o lazer e que não tinha como fornecer nenhum tipo de auxílio militar, mas hoje em dia a especialização nos sistemas é tão grande que não exige tanto esforço para segurá-lo no ar, coisa que até crianças podem fazer de forma recreativa e com segurança”.
A legislação exige que o operador do drone tenha pelo menos 18 anos para poder se registrar. Porém isso não significa que os drones não poderiam ser utilizados de forma educativa e visando o desenvolvimento de crianças e adolescentes. É a visão de Matheus, que acredita que não só workshops poderiam ser realizados tendo esse objetivo em mente, mas que o contato com drones pode fomentar o empreendedorismo no setor, afinal ele acredita que a pilotagem de drones será um mercado em crescimento, e que assim se tornará uma profissão no futuro.
Os especialistas veem uma barreira no desenvolvimento de drones: as questões morais no uso militar. Por mais tecnológico que o drone seja, ele não tem como processar uma rendição, por exemplo, pois a programação não consegue fazer com que este tenha misericórdia.
Mas tanto Matheus quanto Wendel acreditam que não existam limites para a evolução tecnológica dos drones, podendo ser utilizados desde simples lazer até auxiliar no mapeamento para criação de realidades virtuais.
Por Vinícius Pinelli
Fotos: Vitor Oliveira