A Arena BRB Nilson Nelson recebe, nesta sexta (22.4),o primeiro confronto das finais entre as equipes do Minas e Praia Clube.
As decisões são no sistema “melhor de três jogos”, com o segundo jogo no dia 29/4 e o terceiro, caso necessário, no dia 03/05. As finais serão disputadas em Brasília
O Praia avançou às finais após uma virada na série contra o clube da Gávea de 2×1.
O clube de Uberlândia perdeu o primeiro jogo de 3 a 0, venceu o segundo jogo no tie break de virada e o terceiro jogo ganhou com tranquilidade de 3 a 1. O aurinegro mineiro vai para as finais sem nenhum desfalque em sua equipe, visando o quarto título do ano em cima do rival.
O Minas chegou na fase final após derrotar o Sesi-Bauru por 2×0 em uma série tranquila, vencendo as duas partidas por 3×1.
O time mineiro, porém, chega desfalcado para a final: Dani Cuttino, a oposta titular da equipe, lesionou o ligamento do polegar da mão esquerda e não jogará mais na temporada. A jovem reserva Kisy deve ser utilizada.
Os rivais mineiros se enfrentaram duas vezes na primeira etapa da Superliga, ambas com vitória do time praiano, sob o placar de 3 sets a 2.
O time de Belo Horizonte busca nessa final quebrar a sequência de três vices para o rival nesta temporada, já que perdeu na final do Mineiro, Sul-Americano e a Supercopa do Brasil, além de ter ficado em segundo lugar para o Praia Clube na primeira fase da Superliga nesta temporada.
Praia Clube
Jogadoras do Praia Clube comemoram vitória nas semifinais (Crédito: Eliezer Esportes/Praia Clube)
O Praia Clube tem sido dominante na atual temporada: o time de Uberlândia já faturou três títulos, além de ter terminado a primeira fase da competição como líder absoluto.
Na Superliga, o aurinegro perdeu apenas três partidas: para o Barueri, no primeiro turno, e para o Sesc-Flamengo, no returno e na primeira partida das semifinais, sendo este o único time a bater duas vezes a equipe mineira.
Com um elenco recheado de estrelas, o destaque absoluto é a central Carol, medalhista de prata com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.
A número 15 já coleciona 120 blocks na Superliga, necessitando de apenas 4 para superar o recorde histórico de Adenízia — que teve a marca de 123 bloqueios em apenas um campeonato.
Outros destaques positivos do Praia Clube são a levantadora Claudinha, que vem fazendo uma de suas melhores temporadas na carreira, as irmãs dominicanas Martinez — principalmente a oposta Brayelin, a maior pontuadora no campeonato entre os dois times — e Kasiely.
A ponteira, que até a temporada passada integrava o elenco do Minas, tem sido essencial para a equipe de Uberlândia na construção das jogadas: é a jogadora com a segunda melhor porcentagem de recepções positivas no time, atrás apenas da líbero Suelen.
Torcida
Apesar dos resultados positivos esse ano, a torcida do Praia Clube não se apega aos jogos passados.
A contabilista Diana Mesquita, 34, acompanha o clube desde a época da cubana Ramirez e não acredita em uma série fácil para o clube de Uberlândia.
“Jogar contra o Minas é sempre difícil, né? Acredito que terá emoção até o final. Ganha quem errar menos”. A mineira, porém, não desmerece a campanha feita pelo aurinegro até aqui.
“Jogo é jogado. O Praia chega confiante pelos resultados, mas todo cuidado é pouco. Estou confiante que vamos sair vitoriosos dessa série”.
A analista de marketing de Uberlândia Nayara de Alcântara, 24, frequenta os jogos na Arena Praia e não esconde o descontentamento com as finais em campo neutro. “Ambos times serão prejudicados, pois ter sua torcida do lado faz toda a diferença”.
Apesar dos fatores externos, ela comenta sobre o jogo. “Apesar dos últimos resultados positivos, acredito que vai ser um jogo muito disputado.
O Minas levou a melhor sobre o Praia no último campeonato mesmo com o nosso bom desempenho. É uma final imprevisível, não dá pra apontar quem será o campeão. Mas estou confiante que podemos ganhar”, diz.
Minas
Atletas e comissão do Minas comemoram a classificação para as finais (Crédito: Divulgação/MTC)
O Minas nesta atual temporada sofreu com a lesão das jogadoras Macris e Thaísa, ambas peças importantes para o time.
Macris sofreu uma lesão no tornozelo direito durante as Olimpíadas de Tóquio, demorando a pegar ritmo no começo da temporada. Já Thaísa sofreu uma fratura na fíbula direita disputando o Mundial Interclubes na Turquia.
Porém, essas lesões não atrapalharam o desempenho da equipe mineira durante a temporada, já que as substitutas Pri Heldes e Júlia Kudiess deram conta do recado quando foram exigidas.
A capitã do time Carol Gattaz também teve papel fundamental e liderou a equipe nas semifinais contra o Sesi-Bauru, ajudando a equipe a chegar às finais.
Apesar dos acontecimentos fora das quadras, o time mineiro não pode ser subestimado: é o atual bicampeão da Superliga e está em sua terceira final consecutiva.
Essa é a chance da equipe minastenista de conquistar um inédito tricampeonato da competição.
A torcida do Minas está bem confiante e animada para o confronto, como por exemplo o torcedor Matheus Fadul.
O arquiteto e urbanista espera que o jogo seja definido no último jogo com parciais bem próximas, já que os dois times terminaram nas primeiras colocações, têm elencos fortes e também o fato de ser um clássico nacional.
“Como torcedor quase fanático do Minas, a gente sempre tenta pensar positivo que o time vai ir concentrado, focado e dando tudo que pode, assim como fez com o Bauru. Mas Minas e Praia é um clássico nacional, e como todo clássico, tudo pode acontecer. Além de que foram os dois times que ficaram nas primeiras posições, têm elencos fortes, e espero que seja uma final emocionante, assim como a última. Decidida no último jogo com parciais apertadas”, conta Matheus.
Território neutro
A decisão pelo acontecimento das finais em Brasília, sendo que a Superliga masculina será decidida nos ginásios dos times participantes, causou indignação em ambos times e torcedores, que lamentam não poderem jogar em suas casas.
A proposta de se jogar as finais em campo neutro partiu de uma votação entre as equipes no início da temporada, onde todas as equipes votaram a decisão.
Os únicos times que se mostraram contrários foram, justamente, o Praia Clube e o Minas.
Por causa de questionamentos de espectadores, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), soltou uma nota em que explica o motivo da decisão.
“No caso da Superliga feminina, os clubes solicitaram que a própria CBV fosse responsável pela organização das finais. Por isso, as partidas serão realizadas em um local pré-estabelecido, independentemente dos times classificados, procedimento que também ocorre em competições de outros esportes, como o futebol. Todo o processo foi acompanhado e aprovado pelos clubes”.
Onde assistir aos jogos
As finais da Superliga terão transmissão do Sportv 2, o Canal Vôlei Brasil (sinal aberto), além da streamer “Nahzinha” transmitir ao vivo os jogos no seu canal da twitch: http://twitch.tv/nahzinhaa.
Os ingressos para os jogos poderão ser adquiridos no site https://www.eventim.com.br/event/finais-superliga-feminina-temp-2122-arena-brb-nilson-nelson-15197112/, com o preço variando entre R$ 24 e R$ 58.
Por Julia Costa e Torgan Magalhães
Fotos: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira