O esporte muda a vida de pessoas com deficiência. A garantia é da professora universitária de educação física, Hetty Lobo . “A educação física trabalha com aspectos cognitivos, sociais, emocionais e afetivos”. Ela identifica que o professor tem um papel primordial nesse elo porque, através das atividades que são promovidas, vai preparar exercícios que trabalhem a inclusão do aluno. “O benefício do esporte para pessoa com deficiência vai ser de melhorar sua autonomia, qualidade de vida e interação social.”
Apesar dos inúmeros benefícios, a professora chama a atenção para algumas barreiras a serem superadas na inclusão dos PcD’s no mundo esportivo. “A primeira a ser superada é a barreira legal, tendo em vista que nós temos que ter uma legislação que nos dê mais suporte em relação a isso. “As demais seriam as questões de acessibilidade e a falta de recursos humanos e materiais capacitados. Para isso, é necessário que existam profissionais bem intencionados, bem formados e capacitados para lidar com essas pessoas e suas diferenças.”
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Por outro lado, ela chama a atenção que os esportes paralímpicos merecem maior visibilidade. Inclusive para quem já conseguiu êxito. O atleta brasiliense Wendel Silva Soares, de 43 anos, por exemplo, começou a praticar esporte no CETEF, em 1998, pela natação. Ele chegou a participar de campeonatos fora do país. No entanto, Wendel decidiu ficar apenas no atletismo para cadeira de rodas. Foi campeão brasileiro, competiu em várias provas fora do país, convocado para seleção brasileira, além de competir em várias provas exclusivas, como a maratona no Japão.
De acordo com Ana Paula Mattos, de 40 anos, e Maria Iracema, de 54 anos, hoje praticantes do halterofilismo, e de vela paraolímpica, há desafios relacionados à falta de acessibilidade aos locais de treino. Há cerca de três anos, Ana Paula não possuía um carro para se locomover, por isso buscava o auxilio de ônibus e metrô, o que elas consideram muito “difícil” no DF.
Segundo Gabriel Silva Lima, de 23 anos, atleta do futebol paraolímpico, a falta de visibilidade do esporte paraolímpico também impede o acesso aos locais de treino já que a população com deficiência desconhece, inclusive, aonde buscar a pratica de esportes de forma adequada as suas necessidades. Na opinião dele, a divulgação da informação sobre onde praticar esportes paraolímpicos já ajudaria bastante.
O treinador de halterofilismo Juliano de Castro Gonzaga, de 31 anos, considera que os maiores desafios para uma pessoa com deficiência para poder praticar o esporte seriam os problemas com mobilidade, especialmente quando dependem do transporte público para se deslocarem. Entretanto, ele reconhece que houve melhorias nos últimos anos com os ônibus adaptados.
Por André Araujo e Jorge Agle