“Últimos 4 anos foram inspiração para livros de horror”, diz autor de Bom dia, Verônica

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Autor do livro que deu origem à série policial Bom dia Verônica, o escritor Raphael Montes disse, na 5ª Bienal do Livro de Brasília, que se encerrou no último final de semana, que os últimos quatro anos (período que combina com o mandato de Jair Bolsonaro e o acirramento da polarização no País) pode ser inspiração para livros de horror e terror. 

Em entrevista à Agência Ceub, o escritor carioca revelou que prevê a publicação do novo livro, com o título de Os Vizinhos, para o ano que vem. Ele explicou que a história é de um casal gay que se muda para um condomínio em Copacabana e eles começam a ouvir gritos à noite e coisas estranhas começam a acontecer. “Eles começam a suspeitar que talvez a vida deles nesse condomínio de velhinhos tão bonzinhos esteja bastante ameaçada. Os últimos 4 anos foram a inspiração para o desenvolvimento de Os Vizinhos”.

Confira aqui o vídeo com autor de Bom dia, Verônica 

Na mesa de debate, ele esteve acompanhado pelo escritor paraibano Christiano Aguiar, autor do recém lançado Gótico Nordestino. Eles entendem que a literatura policial brasileira ou de terror atualmente tem ganhado terreno no Brasil. 

Para Montes, a realidade interfere em suas histórias thriller. “Tenho muito medo dos portadores do politicamente incorreto. Tenho medo de pessoas de direita e de esquerda porque eles podem se tornar grandes monstros”, diz o escritor.  

“Para incomodar”

Raphael Montes é conhecido por suas histórias de suspense, crime e terror. O mais recente lançamento foi Mulheres no Escuro, nesta história conta a vida de Victoria que na infância viu toda sua família ser morta por um homem que invadiu sua casa, na fase adulta se torna uma mulher tímida e solitária mas o passado está à espreita, e ela não sabe em quem acreditar. 

“A literatura é para incomodar, com o livro nós somos cúmplices, e esta intimidade que a literatura me autoriza a cutucar as pessoas” 

O autor tem uma característica marcante que todas as suas histórias se passam no Brasil, no livro Jantar Secreto, uma das partes do livro se passa em um restaurante conhecido de Copacabana. 

“É importante para mim criar um imaginário de onde eu conheço, como Copacabana para os leitores se identificarem. Sou amigo do dono do restaurante e ele me fala que as pessoas vão até lá para ler o meu livro.” 

Duas versões

Montes, também foi co-roteirista dos longas metragens A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, filmes baseado no caso Suzane Von Richthofen. “Quando fui escrever os filmes, tive que analisar toda a história da Suzane. As pessoas falam para não romantizar o caso mas a história dela inicia com um romance, uma menina rica apaixonada por menino pobre que um dia resolveram matar os pais dela.Chamam a Suzane de monstro e tentam desumaniza – la mas ela não está muito longe da gente.”

Montes acrescenta que o mal está em todos nós mas o bem também e que só depende de nós fazer nossa história. Essa comparação da realidade com a ficção envolve suas criações. 

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Por Danyelle Silva
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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