“Quem pede retorno do autoritarismo não tem ideia do que seja”, diz ministra do STM

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A ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), criticou as manifestações antidemocráticas de grupos extremistas em todo o Brasil. Ela também alerta para o fato que militares da ativa não podem participar desse tipo de ato.  “Os novos militares talvez não tenham consciência do que é uma ditadura. E do mal que muitas vezes é irreparável”.

Confira entrevista com a ministra

Ela recorda que militares, durante o último regime ditatorial no País (1964-1985), também sofreram cassações, perseguição e vítimas de crimes. “A ditadura não escolhe suas vítimas. A ditadura sacrifica todos igualmente (…) O fato é que quem pede o retorno do autoritarismo não tem a menor ideia do que seja”, afirma.

A ministra explica que a intervenção militar é autoritarismo porque foge dos quadros da legalidade e rompe com os padrões constitucionais vigentes. “Quem busca e pede o fim da democracia e o golpe militar é porque realmente não viveu as mazelas do que é um regime autoritário e não sofreu seus horrores, sobretudo na década de 70”. 

Ela defende que os militares são disciplinados e organizados. “Quando se quebra a cadeia de comando é o fim de toda a hierarquia e disciplina que sempre se ensinou nas academias militares no interior das Forças Armadas”.

“Lula será respeitado”

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva será respeitado pelas Forças Armadas, segundo entende a ministra do STM. Ela entende que os militares vão respeitar os resultados das eleições e receberão o novo presidente Lula da mesma maneira como receberam o presidente (Jair) Bolsonaro. 

“Os militares vão respeitar o comandante das Forças Armadas, que é o presidente da República, e não vão se aventurar. Eu convivo no meio militar e conheço bem o pensamento dos meus colegas”, diz. 

“Um golpe militar não cabe mais no século 21, e não vão se aventurar pelo impeachment”, diz.  A ministra ainda pontua que quando os militares do Brasil deferiram, em 1964, um golpe contra João Goulart, onde ocorria o auge da Guerra Fria, tiveram o apoio dos Estados Unidos com a chamada Operação Brother Sam, que visava extirpar do continente sul-americano, de uma forma geral, a ameaça do comunismo.

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Por Ana Clara Neves
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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