Após atitude criminosa repercutir nas redes sociais desde segunda-feira (13), o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) emitiu nota de repúdio contra o ato de racismo e misoginia que aconteceu no CEM 09 de Ceilândia.
Em vídeo, alunos da turma de terceiro ano da escola recordaram o momento em que um estudante entrega, a uma professora negra, uma palha de aço como presente pelo Dia Internacional da Mulher.
Além de ser enquadrado como racista, o gesto do estudante também foi considerado como misógino, por associar a imagem feminina a um objeto de atividade doméstica costumeiramente ligada à mulher.
O Sinpro-DF afirma, “A ação filmada e divulgada nas redes digitais demonstra o ódio à mulher e às pessoas de pele negra. Trata-se de um duplo crime – racismo e misoginia”.
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Em nota, o Sinpro-DF reitera não tolerar qualquer tipo de descriminação e denuncia a inefetividade do Governo do Distrito Federal (GDF) quanto às falhas no sistema educacional da capital.
“Ao mesmo tempo, revela a inoperância do GDF que não prioriza a educação antirracista e inclusiva mesmo tendo um dispositivo legal para isso – a Lei nº 10.639/03 –, que não é colocado em prática nas escolas”, garante o sindicato.
Perfil escolar
De acordo com questionário realizado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2019, a turma de terceiro ano do CEM 09 é composta, majoritariamente, por alunos negros ou pardos. Além disso, 90% dos estudantes afirmam morar com sua mãe ou madrasta.
Os dados trazem à tona o questionamento feito pelo Sindicato do porquê o aparato legal, que fundamenta uma educação antirracista, não é colocado em prática nas escolas do Distrito Federal. O gesto do estudante, que foi instruído a se retratar publicamente com a professora, representa a importância de repensar o sistema educacional brasileiro.
Por Ana Beatriz Martins
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira