O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, destacou que a participação do presidente Lula na Cúpula do G7, em Hiroshima, nos dias 20 e 21 de maio, será “icônica”. Ele afirmou que o anúncio do Itamaraty garante expectativas de fortalecimento das relações bilaterais.

O embaixador esteve no Festival do Japão, no Distrito Federal, e concedeu entrevista à Agência Ceub. Ele relacionou a importância de eventos como o festival no Brasil e no mundo para a promoção da cultura nipônica e a valorização dela.
Dia das Crianças
Além disso, o embaixador ressaltou a comemoração do Kodomo no Hi (Dia das Crianças no Japão), celebrado no dia 5 de maio, e a importância da data para a cultura japonesa.
Os laços culturais e a cooperação tecnológica, segundo Hayashi, é um dos pontos fortes da relação entre o Japão e o Brasil. Com destaque para a colaboração na área de tecnologia voltada para a agricultura.
Confira a entrevista na íntegra
Agência Ceub – Para além de uma gastronomia única e itens de consumo entre os jovens como os animes e mangás, que elementos culturais o senhor destacaria sobre a cultura japonesa?
Teiji Hayashi (Embaixador) – Bom, nesse ano, por exemplo, queremos destacar a tradição do Dia da Criança. Que é dia 05 de Maio e corresponde a esse fim de semana. Por aqui, pode-se observar carpas de tecido, que é nossa tradição para celebrar o Dia da Criança.
Essas carpas simbolizam o crescimento da criança, essa subida acima, nós desejamos bom crescimento de nossa criança e por isso distribuímos por aqui e ali esses símbolos. Mas é apenas uma parte das tradições que queremos mostrar através do Festival do Japão, também com parte da culinária típica, anime e entre outras coisas.
Agência Ceub – O quão importante para o Japão é a promoção de eventos como o festival, no Brasil e no mundo, para além de promover sua cultura?
Teiji Hayashi (Embaixador) – É uma boa oportunidade para várias coisas, né? Com a intenção de promover a nossa cultura, também muitas pessoas podem comprar os produtos japoneses, também as pessoas têm a oportunidade de mostrar suas aprendizagens como danças, o Taiko, ou outras coisas.
Ou mesmo, por exemplo, estou aprendendo a pintura japonesa Sumi-ê e nesta tarde tenho uma oficina dessa pintura japonesa para mostrar meus progressos desta técnica de pintura.
Agência Ceub – A relação entre o Brasil e o Japão é longínqua. Quais as perspectivas do futuro dessa relação para o senhor? Enxerga potencial de um estreitamento maior dessa relação?
Teiji Hayashi (Embaixador) – Sim! Essa área e setores, temos muitas expectativas de fortalecimento das relações bilaterais.
Por exemplo, nesse mês, o Presidente Lula, vai à Hiroshima para participar da Cúpula do G7. Seria a primeira visita depois da sua posse, no Japão.
Essa seria uma visita muito icônica, como mensagem para fortalecer ainda mais nossas relações. E, obviamente, na área econômica, o Japão importa bastante.
Como a soja ou os ferros brasileiros, mas eu acho que temos mais espaços para fortalecer ainda mais nossas relações econômicas. Inclusive, por exemplo, investimento das empresas japonesas no Brasil.
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Agência Ceub – O Japão tem investido em tecnologia e inovação em diversas áreas. Que tipo de parcerias o país busca com o Brasil nesse sentido?
Teiji Hayashi (Embaixador) – É, realmente, através da nossa inovação ou também da tecnologia temos muitas possibilidades. Vou dar um exemplo. Nossa Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), está executando um projeto da cooperação técnica. Chamamos de Agricultura com Precisão, utilizando a Inteligência Artificial ou também Big Data e outras coisas.
Podemos melhorar a produtividade da agricultura brasileira, que é uma parte muito importante para a economia brasileira. E também este, oferecemos vários programas de treinamento de vários aspectos profissionais para melhorar a qualidade de seus serviços no Brasil.
Eu acho que o Brasil tem muito potencial de crescimento econômico, e também, tem muitos jovens talentosos. Por isso que eu acho que na área de inovação e tecnologia, temos muito mais possibilidades de colaborar.
Por Ana Beatriz Cabral Cavalcante
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira