Ouça aqui a matéria:
“Toc Toc Toc: Ecos do Além” conta a história de Peter, uma criança de 8 anos na busca de desvendar o mistério por trás de diferentes sons e batidas que ecoam da parede de seu quarto na época de halloween. A narrativa progride de acordo com os eventos inexplicáveis na vida de Peter e ao mesmo tempo desenvolve sua relação conturbada com seus pais.
Direção
O enredo traz uma quantidade pequena de personagens e oferece uma abordagem superficial em relação ao desenvolvimento e aprofundamento deles, a direção do filme feito pelo diretor Samuel Bodin dá a sensação da falta de um direcionamento claro, que resulta em momentos em que cenas se entrelaçam com a narrativa de uma maneira confusa, o que deixa o espectador desorientado levantando questionamentos sobre a relevância dessas cenas no contexto do longa.

Isso afeta também o ritmo do filme. Cenas que poderiam ser cortadas ou reestruturadas acabam prolongando a experiência sem contribuir significativamente para o desenvolvimento da trama ou dos personagens. Isso resulta em um longa que, apesar de conter elementos intrigantes, falha em envolver o público de maneira consistente.
Isso se torna um obstáculo não só para a narrativa, mas para todos os elementos do filme, desde a construção visual até as interpretações dos atores. Em um gênero que se beneficia fortemente de uma direção coesa, a falta de um rumo evidente compromete a capacidade do filme de causar aflição e criar um ambiente realmente assustador.
Clichê
A narrativa do filme segue estritamente a fórmula comum do gênero, apresentando sustos previsíveis com uma trilha sonora mais convencional ainda. Por mais que o roteiro introduza uma proposta intrigante de reviravolta, sua execução compromete o potencial narrativo da obra, resultando em uma experiência repleta de clichês que prejudicam o impacto dos sustos.
Essa fórmula contribui para a construção de uma atmosfera precária que atrapalha a formação de tensão, assim, deixando um dos aspectos mais importantes para o gênero enfraquecido. A falta de inovação e criatividade nas sequências de sustos, aliada a trilha sonora desinteressante, torna difícil para o espectador se imergir completamente no ambiente do filme.
“Toc Toc Toc: Ecos do Além” apresenta uma série de complicações, desde uma direção sem rumo até a produção de um roteiro clichê para o gênero. A falta de aprofundamento nos personagens e a ausência de uma atmosfera convincente prejudicam a capacidade do filme de criar uma experiência memorável. Embora a premissa pudesse ter prometido uma narrativa intrigante, o resultado final deixa a desejar em termos de originalidade e execução, deixando os espectadores com uma sensação de potencial desperdiçado.
Ficha técnica
Título Original: Cobweb
Direção: Samuel Bodin
Roteirista: Chris Thomas Devlin
Duração: 1 hora e 28 minutos
Gênero: Terror e suspense
Por André Loureiro *
*O repórter assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira